Bolsonaro gravou um vídeo convocando a população para uma manifestação no último domingo de fevereiro, dia 25, às 15h, na Avenida Paulista, em São Paulo. Segundo o ex-presidente, o protesto será pacífico e em defesa do Estado Democrático de Direito. Ele solicita que os participantes vistam verde e amarelo.
No apelo aos seus apoiadores que atenderem à convocação, Bolsonaro pede que evitem levar cartazes ou faixas contra qualquer pessoa. Ele destaca que o evento será uma oportunidade para se defender das acusações recentes direcionadas a ele.
O ex-presidente enfatiza que a manifestação será uma chance para a direita demonstrar sua força e para que o Brasil e o mundo compreendam as preocupações dos conservadores neste momento. Bolsonaro convoca todos os patriotas em território nacional, especialmente em São Paulo, onde ele estará presente. Ele conclui reiterando seu lema: Deus, Pátria, Família e Liberdade.
A defesa de Bolsonaro havia entregado o passaporte do ex-presidente na última quinta-feira (8), em Brasília. A determinação da apreensão foi autorizada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, e faz parte da operação da PF que apura uma suposta organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder.
A reportagem apurou que a PF foi à casa do ex-presidente em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, onde apreendeu o celular de Tércio Arnaud, um dos ex-assessores dele. Os agentes informaram sobre a determinação da apreensão do documento, que não estava na residência. Mais tarde, no mesmo dia, o passaporte foi entregue. Bolsonaro voltou a afirmar que se sente "perseguido" e, sem citar o nome de Moraes, disse que "um cara quer dar um jeito de justificar o que ele colocou na cabeça, que houve tentativa de golpe".
No documento protocolado ao STF, a defesa argumenta há violação da presunção de inocência. "Isto porque o impedimento de se ausentar do país e a entrega do passaporte tem um indisfarçável caráter de pena para os investigados em um inquérito policial. A restrição viola, ainda, o princípio da presunção de inocência (artigo 5º, LVII, CF), pois é inegável que o Agravante está sendo tratado como culpado, não só por este Juízo como também pelos veículos de comunicação diante da decisão ora agravada", aponta o advogado.