Essa medida é a temperatura mais baixa à qual um objeto pode esfriar quando a umidade evapora dele. Ou seja, quanto mais baixa for a temperatura do bulbo, mais fácil será o resfriamento. E é com essa medida que os pesquisadores conseguem medir o quanto nossos corpos esfriam através da transpiração quando está quente e úmido, e se as temperaturas altas podem prejudicar esse processo e se tornarem prejudiciais a nossa saúde.
Segundo Raymond, a temperatura de bulbo úmido mais alta que humanos podem sobreviver é 35 °C por pelo menos seis horas.
As temperaturas cada vez mais altas já são uma realidade em todo o planeta. Desde 2005, índices maiores do que 35 °C já foram registrados em nove ocasiões distintas, em locais como o Paquistão e o Golfo Pérsico.
“Pense em quando você sai de um banho quente. A água evapora do seu corpo e você se sente mais fresco. Mas se estiver quente ou úmido (ou ambos) no ambiente, será mais difícil sentir frio. Essa sensação está diretamente relacionada ao que a temperatura do bulbo úmido está medindo”, explica o estudo.
Uma vez que as temperaturas chegam próximas à marca máxima, o ser humano perde a capacidade de se resfriar e, com isso, várias mudanças no corpo acontecem. Os órgãos ficam estressados, especialmente o coração. O sangue corre para a pele para tentar liberar calor, prejudicando a circulação nos outros órgãos.
“Uma vez que a temperatura do bulbo úmido excede 35 °C, nenhuma quantidade de suor ou outro comportamento adaptativo é suficiente para reduzir seu corpo a uma temperatura operacional segura”, disse Raymond. O fenômeno afeta principalmente idosos, pessoas que trabalham ao ar livre e indivíduos com comorbidades.
Raymond diz que é difícil dizer quando poderemos ver temperaturas globais de bulbo úmido ultrapassando o limite por ser um processo complexo e gradual. Porém, modelos climáticos já existentes já podem delimitar quais as regiões que devem exceder essas temperaturas nos próximos 30 a 50 anos. São elas: