A Petrobras anunciou a redução do valor do gás de cozinha (GLP) para as distribuidoras nesta segunda-feira (12). O preço do quilo passou de R$ 4,23 para R$ 4,03 (4,7%). Em 13kg, o tamanho do botijão doméstico, a queda é de R$ 2,60. No entanto, até a chegada às revendas nos bairros, os valores têm variações que representam mais de 50% do preço final.

Em Jundiaí, na semana entre os dias quatro e 10 deste mês, o valor médio do botijão de gás foi de R$ 114,75. Em relação a janeiro, a alta é de R$ 10. À época, o botijão custava em média R$ 104,77, de acordo com levantamento feito pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Presidente do Sindicato dos Transportadores e Revendedores de Gás Liquefeito de Petróleo do Estado de São Paulo, Antonio Vicensio diz que a redução anunciada agora apenas abate aumentos. "Teve desconto de R$ 4,10 do ICMS, mas depois teve aumento de R$ 4,35 de dissídio dos distribuidores, dia 1º de setembro. Agora anunciaram essa redução, mas ainda não chegou para nós e ainda estamos negociando o dissídio dos revendedores de gás, que pedem 12% e estamos tentando 10%. Não vamos mexer em nada agora, o preço é o mesmo desde março por causa desses aumentos e reduções que vão equalizando o preço. O desconto não vai chegar, mas na verdade chegou porque não aumentamos o preço"

CONSUMIDOR FINAL

Gerente de vendas de uma revenda de gás da Vila Rami, Marcos Vicensio diz que a redução anunciada pela Petrobras pode não refletir no preço final. "A Petrobras anunciou a redução, mas a distribuidora repassa o quanto quiser. Teve distribuidora em que chegou o aumento, mas precisa ver se vai chegar o desconto."

Funcionário de uma outra revenda, na Ponte São João, Marcelo Welby de Oliveira Junior conta que entre aumentos e quedas, o preço ficou praticamente o mesmo. "Aqui ainda não chegou desconto e dei uma olhada hoje de manhã, vindo trabalhar, em outras revendas, e estão todas mais ou menos o mesmo preço. Geralmente os clientes não reclamam da preço retirando aqui, mas reclamam quando pedem para entregar. Com a redução da gasolina até deu uma caída na entrega, mas quando estava R$ 7 o litro era complicado", diz ele sobre o implemento no valor do botijão quando é levado à casa do consumidor.

Apesar desta queda, as altas do ano são muito mais significativas. Esta é a segunda redução consecutiva no preço do GLP. Em abril deste ano, houve uma queda de R$ 0,25 no valor do kg. Antes, no entanto, os preços mantinham trajetória de alta. Em julho do ano passado, houve aumento de 6%; em outubro de 7,2% e em março deste ano de 16,1%.