As perseguições:
Segundo a juíza, um dia depois do 7 de Setembro, houve uma “inspeção surpresa” do CNJ na vara onde atua. A magistrada tornou-se alvo do órgão por participar de atos supostamente políticos e por divulgar canais do jornalista Allan dos Santos, na mira de um inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Os alegados motivos da inspeção são mera repetição do que já havia sido inspecionado três meses antes pelo meu próprio tribunal, a quem eu já havia enviado todas as comprovações necessárias do meu trabalho”, disse. “O CNJ, mesmo já tendo conhecimento dos documentos que eu havia apresentado comprovando produtividade regular, promoveu espetacularização do caso.”
Conforme Ludmila, o procedimento aberto pelo CNJ é praticamente o mesmo que atualmente tramita no tribunal em que ela trabalha. Para a juíza, a “investida” coincide com o “ápice dos conflitos naturais por causa da eleição nacional”. “Não abordo assuntos partidários, nem defendo ou faço ataques políticos de qualquer natureza”, afirmou.
“Embora não gostem de ser apontados como ‘sovietes’, o que ocorre é, rigorosamente, o mesmo que previa o artigo 58, p. 11° do Código Penal Soviético de 1926, que criminalizava qualquer tipo de amizade com inimigos do regime como grande delito de Estado”, observou Ludmila Lins Grilo.