Um mês e cinco dias depois que a Polícia Civil de Minas Gerais abriu a investigação sobre o vazamento de fotos da autópsia do corpo da cantora Marília Mendonça, a família da artista continua sem o resultado da apuração, que ainda está em andamento.
A investigação é conduzida pela corregedoria-geral da instituição, sob sigilo. A Polícia Civil confirmou à reportagem que o procedimento que visa identificar o responsável por vazar as imagens do laudo ainda está em aberto. "Com o avançar dos trabalhos investigativos, novas informações serão divulgadas", declarou a instituição em um comunicado.
Robson Cunha, advogado que representa a família de Marília Mendonça, disse à reportagem que aguarda a liberação de novas informações. "Eu também liguei para a delegacia, para saber se tem algum detalhe, mas ainda não obtive resposta", comentou.
As imagens da necropsia da artista chamaram atenção nas redes sociais em 13 de abril. No dia 17 do mesmo mês, André Felipe de Souza Alves Pereira, de 22 anos, foi preso em Santa Maria, no Distrito Federal, sob a suspeita de ter compartilhado o conteúdo na internet. O homem também teria fotos dos corpos dos cantores Gabriel Diniz e Cristiano Araújo, mortos em 2019 e 2015, respectivamente.
No último dia 27, o MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) denunciou o jovem por vilipêndio de cadáver, nazismo, racismo e xenofobia. Os órgãos investigadores afirmaram que, além de divulgar imagens dos cadáveres dos artistas, Pereira já fez publicações com símbolos nazistas e postagens em que chama nordestinos de "escória". A reportagem tentou contato com a defesa do suspeito, mas não obteve resposta.
Histórico
Marília Mendonça morreu aos 26 anos, em 5 de novembro de 2021. O avião que a levava para um show em Caratinga, no interior de Minas Gerais, caiu um minuto antes de pousar. Além dela, morreram o produtor Henrique Bahia, o tio e assessor da artista, Abicieli Silveira, o piloto Geraldo Martins de Medeiros Júnior e o copiloto Tarciso Pessoa Viana.
O inquérito policial que investiga a causa do acidente e a eventual responsabilização segue em andamento na Polícia Civil de Minas Gerais. Segundo a instituição, o resultado deve ser divulgado nos próximos dias, posto que o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) divulgou o relatório da instituição sobre o caso na segunda-feira (15).
Segundo a apuração do órgão, que representa a FAB (Força Aérea Brasileira), uma decisão do piloto em relação ao “perfil de aproximação para pouso” contribuiu para o acidente. O laudo revela que “a perna do vento foi alongada em uma distância significativamente maior do que aquela esperada”, o que fez com que a aeronave atingisse uma rede elétrica na região.