O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou um vídeo nas redes sociais em que aparece chorando durante encontro com apoiadores em agenda realizada na última sexta-feira (18) em Goiânia (GO). Pelas imagens é possível ver o ex-chefe do Executivo abraçando uma jovem e, na sequência, lacrimejando.
"Estive nos Estados Unidos, na Flórida. Realmente é um estado fantástico. Mas, apesar de ter me acolhido muito bem, não existe terra igual à nossa. Sei dos riscos que corro em solo brasileiro, mas não podemos ceder, porque a luta por democracia e liberdade — nossa querida imprensa, vocês nunca viram da minha parte qualquer proposta ou discurso para censurá-los. Vocês têm que estar abertos e trazer informações, mesmo errando, vocês são muito melhores do que estando fechados", afirmou na ocasião.
O ex-presidente aproveitou o discurso para alfinetar o PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e criticar a reforma tributária, em tramitação no Congresso Nacional. "Se o PT está indicando 'sim', votem 'não', você não vai errar nunca. Essa reforma [tributária] é péssima em vários aspectos. Com toda a certeza, [deputados aliados] estão engajados e trabalhando para que não vá para a frente. Caso eu fosse deputado, jamais aceitaria uma coisa tão esdrúxula quanto essa reforma", declarou o ex-presidente na agenda.
Nos últimos dias, as investigações colocaram Bolsonaro e Michelle na mira da PF. Moraes também autorizou o Ministério da Justiça e Segurança Pública a pedir ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos ajuda do FBI no caso. Apesar de o casal não ter sido alvo da última operação sobre as joias, o relatório de investigação mostra que pode haver relação direta deles com o episódio.
O uso de avião público para transportar bens a serem vendidos nos Estados Unidos e as mensagens que organizam a entrega "em mãos" de US$ 25 mil ao ex-presidente estão entre os indícios encontrados. O ministro Alexandre de Moraes vê "determinação" de Bolsonaro para o esquema.
A defesa do ex-presidente afirmou que ele "jamais se apropriou ou desviou quaisquer bens públicos". Em nota, a defesa diz também que Bolsonaro entregou joias "voluntariamente e sem que houvesse sido instado" ao Tribunal de Contas da União (TCU), episódio que ocorreu em março deste ano. Entre os itens de luxo devolvidos estão abotoaduras, um anel, um relógio, uma caneta e uma masbaha, objeto religioso.