Além deste caso, também na última sexta-feira, por volta das 18h30, uma equipe que realizava patrulhamento no bairro Castelo, em Santos, foi alvejada por tiros. Um soldado foi atingido pelos disparos na região do ombro, e mais três pessoas que estavam nas imediações também foram atingidas. Todas foram socorridas na UPA Vila Noroeste. De acordo com a SSP, uma mulher, de 22 anos, morreu, e o soldado baleado foi internado e permanece em observação. “Em diligências nas imediações do local, os PMs localizaram drogas e uma arma de fogo. O caso foi registrado como homicídio, tentativa de homicídio, tráfico de entorpecentes e lesão corporal na Central de Polícia Judiciário de Santos. Todas as circunstâncias do caso são investigadas pela Polícia Civil”, informou a SSP.
Na terça-feira, 5, o governo do Estado de São Paulo anunciou o encerramento da Operação Escudo, que estava sendo realizada na Baixada Santista desde o final de julho, e que foi alvo de críticas em razão do alto índice de letalidade policial. A ação deixou 28 civis mortos. “Esperamos que novas operações não sejam necessárias, mas caso se façam necessárias, caso o Estado seja afrontado, em qualquer ponto, operações como a Escudo serão desencadeadas”, disse o secretário de Segurança, Guilherme Derrite. De acordo com a SSP, foram presas 958 pessoas nos 40 dias de operação. A Operação Escudo foi uma reação da PM à morte, em 27 de julho, do soldado da Polícia Militar Patrick Bastos Reis, do Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), no Guarujá. Segundo a SSP, ele foi atingido quando fazia patrulhamento em uma comunidade. A pasta informou que a polícia conseguiu identificar e prender todos os envolvidos na morte do soldado Reis.
No início de agosto, moradores de bairros onde ocorreram as mortes decorrentes da Operação Escudo relataram que policiais executaram aleatoriamente pessoas identificadas como egressas do sistema prisional ou com passagem pela polícia. Os relatos foram colhidos por uma comissão formada por deputados da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), representantes da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, da Ouvidoria de Polícia do Estado de São Paulo, e do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) da Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo. O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) divulgou na sexta-feira, 1º, a versão preliminar de um relatório sobre a Operação Escudo. O documento contém 11 relatos de violações de direitos humanos praticadas pelos agentes policiais e menciona episódios que vão de execuções a invasões ilegais de domicílio.