A investigação envolve a pavimentação de estradas em Vitorino Freire, no Maranhão. Segundo um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), quando era deputado, Juscelino indicou emendas que foram usadas para pavimentar vias em benefício apenas de propriedades do ministro e de sua família. O documento é um dos elementos citados pela PF no indiciamento.
O relatório final da investigação está nas mãos do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF). A corporação, que investigava suspeitas de irregularidades em obras da Codevasf, encontrou mensagens entre o ministro e um dos investigados, o empresário Eduardo José Barros Costa, conhecido como Eduardo DP.
O ministro Juscelino Filho ainda não se manifestou sobre o indiciamento, mas já negou ter cometido irregularidades com as obras de pavimentação. Em nota enviada a imprensa pelo Ministério das Comunicações, Juscelino nega que tenha cometido irregularidades e critica a atuação da PF durante as investigações.
"O indiciamento é uma ação política e previsível, que parte de uma apuração que distorceu premissas, ignorou fatos e sequer ouviu a defesa sobre o escopo do inquérito", escreveu o ministro. "Durante o meu depoimento, o delegado responsável não fez questionamentos relevantes sobre o objeto da investigação. Além disso, o encerrou abruptamente após apenas 15 minutos, sem dar espaço para esclarecimentos ou aprofundamento. Isso suscita dúvidas sobre sua isenção, repetindo um modus operandi que já vimos na Operação Lava-Jata e que causou danos irreparáveis a pessoas inocentes", emendou.
Juscelino também frisou que indiciamento não significa culpa, e que confia na imparcialidade do Poder Judiciário. "Minha inocência será comprovada ao final desse processo, e espero que o amplo direito de defesa e a presunção de inocência sejam respeitados", enfatizou o ministro.