O ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil-MA), publicou em suas redes sociais que ainda terá “muito trabalho pela frente” no comando da pasta. A afirmação ocorre após uma reunião entre o político e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta segunda-feira, 6, à respeito das supostas irregularidades que cercavam Juscelino nos últimos dias. O chefe da pasta ministerial é acusado de utilizar voos oficiais da Força Aérea Brasileira (FAB) e de receber o pagamento de diárias para fins particulares. Em suas redes sociais, o político afirmou que houve uma reunião positiva com o chefe do Executivo e que houve o esclarecimento das “acusações infundadas” realizadas contra si. Além da manifestação em suas redes sociais de sua possível permanência, a equipe de reportagem confirmou a informação da não demissão de Juscelino com a assessoria do Ministério. Mais cedo, antes do encontro do ministro com o presidente da República, Juscelino havia publicado um vídeo em suas redes sociais em que se justificava sobre as acusações. Na publicação, o político maranhense alega que as diárias foram emitidas através de uma “falha no sistema” e que, assim que identificados os erros, o valor foi devolvido à União. No Twitter, o ministro publicou os comprovantes de transferência com os valores que seriam o reembolso às diárias. Sobre integrar voos da FAB, Juscelino afirmou que utilizou a aeronave já que havia uma agenda oficial a ser cumprida. “E o meu retorno se deu em um voo da FAB compartilhado solicitado de outro ministério”, disse.
“Isso é uma injusta distorção dos fatos, estou à disposição das autoridades para tratar de tudo que está sobre minha responsabilidade, mas é inaceitável que me envolvam com atos de terceiros, sou ficha limpa e não respondo a nenhum processo e é importante deixar isso bem claro”, classificou o ministro. Além da preocupação manifestada pelo presidente Lula, a mandatária do Partido dos Trabalhadores, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), já havia pedido o afastamento de Juscelino para evitar um “constrangimento de parte a parte”. “Acho que o ministro devia pedir um afastamento para poder explicar, justificar, se for justificável o que ele fez”, disse em entrevista ao portal Metrópoles. No entanto, a do União Brasil na Câmara dos Deputados e no Senado Federal se posicionou de maneira contrária às falas de Gleisi e relembrou polêmicas envolvendo a sigla petista no passado ao lamentar a utilização de “dois pesos e duas medidas para tratar de assuntos inerentes à vida pública”. “Quando atitudes dos seus aliados são contestadas –e não faltaram acusações a membros do PT na história recente do país –a parlamentar prega o direito de defesa. Quando a situação se inverte, prefere fazer pré-julgamentos”, afirmou o documento assinado pelos líderes Elmar Nascimento, na Câmara; e Efraim Filho, no Senado.