O CNJ julgou o processo administrativo disciplinar contra o desembargador na última terça-feira (6). Segundo o conselheiro Sidney Madruga, o magistrado "beneficiava um grupo de advogados".
Madruga afirmou que o desembargador "fazia parte de um esquema criminoso de obtenção de vantagens financeiras por meio de intermediação de sentenças, demonstrando desvirtuamento da atividade judicante, em prol de interesses privados ilícitos".
"Demonstrou-se incontroversa a violação aos princípios éticos da independência, da imparcialidade, da transparência, da integridade profissional e pessoal, da dignidade, da honra e do decoro, imprescindíveis ao exercício da atividade jurisdicional", destacou o relator no julgamento.
Ronaldo Eurípedes de Souza foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em 2021. A acusação afirma que o desembargador atuou de forma favorável em processos do Loteamento Costa Esmeralda e da Empresa Sul Americana de Montagens, em troca de R$ 1,3 milhão em propinas. Ainda de acordo com a denúncia, o dinheiro teria sido lavado por meio de contratos simulados.
Na ocasião, a subprocuradora-geral Lindôra Araújo também solicitou a manutenção do afastamento do desembargador do cargo. Conforme Lindôra, o magistrado "comerciava sua função pública, proferindo decisões mediante o pagamento de vantagens indevidas, fazendo-o em parceria com certos advogados". À época da denúncia, a defesa de Souza classificou as acusações como inconsistentes.
A reportagem procurou o desembargador e representantes do Loteamento Costa Esmeralda e da Empresa Sul Americana de Montagens, mas não houve resposta até as 21h de quarta-feira (7).