“Não tem nada demais na reunião com embaixadores, é uma política privativa minha conversar com embaixadores. E repito, só fiz a reunião porque dois meses antes, sem legitimidade, o ministro do TSE fez uma reunião com embaixadores também. Não tem problema, é informação. Vivemos ou não em uma democracia?”, criticou. O ex-presidente também declarou não ter conversado com o ministro Kassio Nunes Marques, indicado por ele ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas que conta com o apoio do magistrado: “Não conversei com ele nesses dias. Não conversei. É natural conversar, mas não conversei com ele. Tenho certeza que ele vai ser isento e falar o que for possível para mostrar que eu não tenho culpa e não cometi nenhum crime me reunindo com embaixadores. Agora, me acusar e me tirar os direitos políticos sob a acusação de abuso de poder político, a gente não consegue entender. Em 2017, a chapa Dilma-Temer foi absolvida mesmo com excesso de provas ao contrário. Criou-se uma jurisprudência, naquele momento não se julgou novas ações que foram incluídas no processo e o Temer continuou presidente”.
A ação julgada nesta quinta, movida pelo PDT, pede a inelegibilidade por conta de questionamentos feitos pelo ex-presidente referentes ao processo eleitoral, sem apresentar provas, durante uma reunião com embaixadores em julho de 2022. A partir das declarações, Bolsonaro é acusado de uso indevido dos meios de comunicação e abuso do poder político. Aliados e o próprio ex-presidente esperam que o ministro Raul Araújo Filho peça maior tempo para análise e, com isso, suspenda a sessão. Inicialmente, as esperanças estavam depositadas no ministro Nunes Marques, mas o magistrado será o sexto a votar. Neste momento do julgamento, acreditam interlocutores do ex-mandatário, já deve haver maioria a favor da inelegibilidade. Raul Araújo, por sua vez, será o segundo ministro a se manifestar sobre o caso e pode alongar o certame.