Presente na audiência desta quarta-feira, o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) afirmou que o Sleeping Giants é comandado por “dois covardes atrás do computador” e que não quiseram debater na audiência pública. O parlamentar disse ainda que a intenção não era intimidar, mas saber a visão deles sobre democracia. “Fico incomodado com a ausência desses dois moleques que agem nas sombras para fazer essa política de cancelamento e censura a quem não está em conformidade com a posição ideológica deles. Eles não são gigantes adormecidos, e sim pequenos escondidos”, disse Jordy, fazendo trocadilho com a tradução do nome do grupo em português. A deputada Júlia Zanatta (PL-SC) entende que há “muita coisa” por trás do grupo Sleeping Giants e cita um inquérito que corria na Polícia Civil e que foi cancelado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, por onde o processo passará a ser investigado. “Não se trata de moleques, tem coisa por trás disso. Nós temos o dever de investigar para saber onde vai chegar. O que estão cometendo é um atentado contra a liberdade de imprensa que dizem tanto defender”, disse a parlamentar.
O advogado da Jovem Pan presente na audiência José Frederico Cimino Manssur criticou a forma como o Sleeping Giants age para prejudicar empresas. “Está correto o grupo ter esse poder moderador da imprensa, e o Estado brasileiro vai se omitir em razão deste fato? Vamos calar um órgão de imprensa de mais de 80 anos? Vamos calar a Jovem Pan? Como você pode calar uma mídia de imprensa? Desmonetizando com ação e em patrocínios”, afirmou o advogado.
A Comissão de Comunicação e Direito Digital (CCDD) do Senado Federal aprovou em 9 de agosto requerimento para realização de estudo sobre as atividades da entidade autodenominada Sleeping Giants Brasil por “interferência na liberdade de imprensa garantida pela Constituição”. O requerimento foi assinado por ao menos 17 parlamentares e aprovado na sessão que inaugurou as atividades da comissão, presidida pelo senador Eduardo Gomes (PL-TO). Os senadores apontam tentativa do Sleeping Giants de interferência no processo democrático e questionam a legitimidade do grupo ativista como “órgão fiscalizador da imprensa no país”, além de uma tentativa de “direcionar o mercado publicitário nacional”. A audiência pública ainda não tem data marcada.