A ação foi marcada pela assinatura de um protocolo de intenções em conjunto com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e com a presença dos ministros Silvio Almeida, de Direitos Humanos e da Cidadania, e André Fufuca, do Esporte. Embora seja um evento oficial, a publicação gerou uma onda de críticas pelo uso do avião da FAB. Pela legislação, está regulamentado o uso as aeronaves em casos de emergência médicas, razões de segurança e, em último caso, viagens a compromissos oficiais, que seria o caso de Anielle. Entretanto, os cidadãos questionam a coincidência entre a data da ação do governo e a final da Copa do Brasil. “Boa desculpa. Avião da FAB? O que aconteceu com os vários voos diários de Brasília para São Paulo?”, questionou uma seguidora. “Avião da FAB virou “táxi aéreo”. Adivinha quem vai pagar a conta do passeio”, disse outra. “Assinar protocolo de intenções em dia de jogo? Vergonha”, reforçou um terceiro no Instagram.
As críticas pelo uso do avião da Força Aérea Brasileira também não passaram despercebidas pela oposição. “É só coincidência ela ter ido justo no dia da final sendo ela flamenguista, gente. Ela não pôde ir em momento algum antes disso. E o brasileiro segue pagando as viagens a lazer de Lula e seus ministros”, afirmou o líder da oposição na Câmara dos Deputados, o deputado Carlos Jordy (PL-RJ). “Mais uma ‘deslumbrada’ que acha que o dinheiro do povo brasileiro dá em árvore. A conta está ficando alta para o povo”, comentou a deputada Carla Zambelli (PL-SP) no X/Twitter. “Bora trabalhar porque a Anielle Franco tem que usar jatinho da FAB pra ir em jogo de futebol com seu dinheiro”, publicou o também deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).
Em nota encaminhada a reportagem, o Ministério da Igualdade Racial, informou que o acordo para a construção do protocolo de intenções estava em construção desde fevereiro e reforçou a campanha “Com racismo não tem jogo” e o canal de denúncias Disque 100 Direitos Humanos durante a final da Copa do Brasil. Segundo a pasta, o evento foi escolhido pelo “pelo alto número de pessoas presentes no estádio e pela grande audiência, típica de uma final de campeonato, independente de quais clubes a disputassem”. Questionado sobre o uso da voo da FAB, o comunicado do ministério também informa que o uso do recurso para missão institucional é “praxe” em deslocamentos para ações ministeriais e de governo e como medida “de economia de gastos públicos para locomover as equipes”. “As ações do Ministério da Igualdade Racial são realizadas observando os princípios que basilam a boa administração pública, e em cumprimento da missão institucional do Ministério”, encerra.