Uma multidão com familiares e amigos dos 242 reféns que o grupo terrorista Hamas sequestrou na invasão do início de outubro se reuniu na frente do Ministério da Defesa de Israel, em Tel Aviv, neste sábado (4). O grupo cobra o governo e os militares pela negociação e recuperação dos reféns e exige a continuidade da guerra até que os sequestrados voltem para casa. Com isso, as famílias cobram de Israel que recuse qualquer cessar-fogo.
Hoje, a autoridade designada em Israel para negociar a recuperação dos reféns, Gal Hirsch, foi alvo de vaias e queixas das famílias dos sequestrados quando apareceu no protesto, em frente ao quartel-general militar em Tel Aviv. A informação é do jornal Times of Israel.
Ao caminhar no meio da manifestação, entre repórteres e manifestantes, Hirsch recebeu abraços e, ao mesmo tempo, ouviu gritos de “vergonha”. “Você é uma vergonha”, gritou uma mulher para ele. "O que ele faz?" gritou outro homem. “Vá para casa”, disse uma terceira pessoa.
Hirsch, que é um polêmico ex-oficial encrencado com a lei, foi nomeado para o cargo pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Hoje, ele se recusou a responder às perguntas dos repórteres sobre os seus esforços contínuos, dizendo: “Não vim para ser entrevistado, vim para abraçar as famílias”.
Até agora, quatro reféns foram libertados pelos terroristas do Hamas, enquanto um soldado capturado foi resgatado pelas forças de segurança. Hirsch não foi um fator importante nas negociações que levaram o Hamas a libertar os quatro, disseram duas autoridades diplomáticas estrangeiras na semana passada.
A fim de cobrar as autoridades para manter os bombardeios e as incursões por terra, as famílias dos israelenses capturados começaram a dormir fora do quartel-general militar em Tel Aviv e prometem permanecer lá até que os seus entes queridos retornem para casa.
A medida faz parte de protestos intensificados que exigem que o governo e os militares façam mais para garantir o regresso dos cativos. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse na sexta-feira que tal interrupção não ocorreria a menos que os reféns fossem libertados.
“Não iremos para casa até que eles voltem”, disse Meirav Leshem Gore, cuja filha Romi é refém, ao site de notícias Ynet. “Convidamos a todos para virem e estarem conosco aqui, para ficarmos juntos”, disse ela.
Milhares de pessoas participaram de uma manifestação pelos reféns na sexta-feira, enquanto o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, se reunia com altas autoridades israelenses em Tel Aviv.
Além dos 1.400 mortos em território israelense, a maioria civil, no dia 7 de outubro, já há 9.485 óbitos em Gaza desde o começo da resposta de Israel à agressão do Hamas. Os bombardeios também deixaram pelo menos 24 mil feridos.