Essencial para pessoas com diabetes tipo 1, a insulina de ação rápida está em falta em diversas farmácias de Jundiaí e região. A doença crônica, que é hereditária e concentra entre 5% e 10% do total de diabéticos no Brasil, exige o uso constante do hormônio para controlar a glicose no sangue. Com a falta, a saúde de pessoas que dependem da insulina pode ser afetada, sendo necessária alguma substituição prescrita por médico. Já na rede pública de saúde, de acordo com a Prefeitura de Jundiaí, não há alteração no fornecimento.
Em abril do ano passado, chegou a haver um desabastecimento de insulina. Na ocasião, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SDB) alertou para o fato do Brasil ter 16,8 milhões de pessoas com diabetes, entre as quais cerca de 560 mil têm diagnóstico de diabetes tipo 1 e necessitam de insulinas diariamente para sobreviverem.
ESCASSA
Farmacêutica de uma farmácia do Centro, Nilva Garcia acredita que haja falta por conta dos recessos de fim de ano. "Tem alguns laboratórios que fabricam e nenhum está fornecendo. Tem uma falta e atribuo ao final do ano. Os laboratórios param entre o Natal e o Ano Novo e no início do ano faltam alguns medicamentos. Até novembro estava normal, mas acredito que logo normalize de novo. Pode também ser falta de matéria-prima, mas, se for, os laboratórios não avisaram as farmácias."
Sobre substitutos para a insulina de ação rápida, geralmente aplicada com uma "caneta" que é reabastecida com refis do hormônio, a farmacêutica lembra que apenas os médicos podem recomendar opções. "Só o médico que pode receitar, que tem o histórico para saber como está a diabetes da pessoa e como pode ser substituída a insulina."
Farmacêutica de outra farmácia do Centro, Stephany Gomes fala que o abastecimento está mais lento. "Para nós, vem algumas, mas acaba rápido. Não é falta, como já tivemos de outros medicamentos no passado, mas vêm duas e em uma semana vende, aí depois de uns 10 dias vem mais. Não é igual a outros medicamentos que a gente vende e a farmacêutica já repõe, e está chegando mais refil. O laboratório produz alguns, como Ozempic, mas é falta do laboratório, porque estão faltando várias", diz ela sobre a farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, que fabrica vários tipos de insulina. No país, a filial da empresa é considerada a maior fábrica de insulina do Brasil e da América Latina.
A profissional diz que a falta está trazendo até pessoas de outras cidades da região. "Não tem substituição, se não tem, eu recomendo falar com médico ou ir a outra farmácia para tentar achar. Aqui não tem tanto impacto, toda vez que procuram, ou tem ou a gente pega em outra loja. Só a NovoRapid mesmo, que acabou semana passada e não teve reabastecimento ainda, veio um cliente de Itupeva buscar a última", conta ela sobre a insulina de ação rápida da Novo Nordisk.
REDE PÚBLICA
De acordo com informações da Coordenação Farmacêutica da Unidade de Gestão de Promoção da Saúde (UGPS), não há falta dos medicamentos. No município, é distribuída a insulina regular, também conhecida por insulina de ação rápida. Ela é entregue nas Unidades da Atenção Básica (em frasco ou caneta descartável) e é distribuída pelo Ministério da Saúde, tendo a dispensação regular. Também há a insulina ultra rápida, como a Asparte, que faz parte do Componente Especializado e é distribuída pela Secretaria de Estado da Saúde, pela Farmácia de Alto Custo, através de Protocolo Clínica e Diretrizes Terapêuticas (PCDT). A distribuição é realizada para caneta aplicadora fixa, ou seja, não descartável, e tubetes de refil com a substância.
Sendo assim, a UGPS informa que a insulina não está em falta. Portanto, quem já tem a caneta aplicadora está recebendo mensalmente. Contudo, há dificuldade na distribuição da caneta. As novas solicitações estão no aguardo deste aplicador pelo estado.
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