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Com Sandro Moraes

Jundiaí

Mais uma vez, assunto nacional vira palanque na Câmara de Jundiaí

A sessão ordinária realizada nesta terça-feira teve 1h48 de duração; 40% do tempo utilizado foi somente para discutir a moção

Publicada em 19/06/24 às 17:55h - 1032 visualizações

por TV & RÁDIO REGIONAL


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Munícipe protesta contra o PL do aborto durante a sessão ordinária realizada na Câmara de Jundiaí  (Foto: TV & RÁDIO REGIONAL)

Na sessão ordinária de hoje, a Câmara de Municipal de Jundiaí (CMJ) aprovou, em regime de urgência, a Moção nº 673/2024. De autoria dos vereadores Madson Henrique do Nascimento Santos (PL), Antonio Carlos Albino (PL), Daniel Lemos Dias Pereira (DEM), Douglas do Nascimento Medeiros (PL), Faouaz Taha (PSDB), Marcelo Roberto Gastaldo (Republicanos), Quézia Doane de Lucca (PL) e Roberto Conde Andrade (Republicanos), o documento faz um apelo à Câmara dos Deputados pela aprovação do Projeto de Lei n.º 1.904/2024.

O projeto, proposto pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e coautores, da bancada evangélica, prevê que a pena para a mulher que abortar, procedimento hoje protegido por lei, seja mais dura do que a prevista para o homem que a estuprou, ao equiparar o aborto a um homicídio. O texto adiciona parágrafos ao Código Penal Brasileiro relacionados ao aborto e outras providências.

Durante a discussão, o vereador Enivaldo Ramos de Freitas (PL) expressou sua oposição ao aborto em qualquer circunstância. "Como é que eu, sendo cristão, tendo convicção que Deus é o autor da vida, poderia em qualquer hipótese permitir ou consentir com a tirada de uma vida? É inadmissível. É irracional. Se é estupro, não importa, a vida foi concedida, há uma concepção de vida e deve ser defendida a todo e qualquer custo", afirmou.

O vereador Roberto Conde Andrade também se pronunciou, ressaltando que defende a vida e é contra o aborto. "Nós, que temos princípios, nos preocupa", complementou, acrescentando que o aborto é um crime.

ESTUPRO

A discussão também abordou a proposta de penalizar o aborto após a 22ª semana de gestação. Os autores da moção enfatizaram sua posição a favor da vida, sem mencionar que, em Jundiaí, as maiores vítimas de estupros são crianças. A incidência de estupros em crianças aumentou após a pandemia, com evidências de subnotificações, e os números permanecem altos.

Segundo dados, em 2022, 30,4% das meninas de 0 a 9 anos sofreram violência sexual. Na faixa de 10 a 14 anos, esse número sobe para 49,6%. Entre 15 e 19 anos, é de 21,7%, e depois cai para 10,3% entre 20 e 24 anos. Na faixa acima de 80 anos, é de 1,1%. O Atlas da Violência 2024, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, confirma que meninas até 14 anos sofrem mais violência sexual que mulheres adultas.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que, dos 21 estupros registrados nos primeiros quatro meses deste ano em Jundiaí, 18 foram contra vulneráveis (85,7%). Em 2023, foram 110 registros de estupro, com 82 vítimas sendo crianças e adolescentes (74,5%). Em 2022, 57 dos 85 estupros registrados foram de vulneráveis (67%). Em 2021, dos 94 estupros registrados, 76 foram contra vulneráveis (80,8%).

Para a advogada Andrea Castro, presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB de Jundiaí, o Projeto de Lei e a moção representam um retrocesso. "Para mim, é um retrocesso. A partir do momento que a mulher é vítima de estupro, ela jamais vai esquecer, e ainda será impedida de abortar. Sempre que ela olhar para a criança, ela verá a violência", afirmou.

A advogada também destacou as dificuldades enfrentadas no atendimento a meninas vítimas de estupro, enfatizando que culpá-las e possibilitar uma pena maior que a do estuprador é um absurdo. "Tem que se preservar a vida, mas acima disso precisamos preservar a dignidade. Uma mulher que foi estuprada jamais terá o psicológico preservado, será um trauma carregado pro resto da vida. Em 2024 a Lei Maria da Penha completa 18 anos, e muito se fala sobre esse tipo de violência, então de fato, para Jundiaí, é um retrocesso."

OUTRAS DISCUSSÕES

Além da moção, outras pautas foram debatidas, sendo rejeitado o veto nº 8/2024 ao Projeto de Lei nº 14.081, do vereador Paulo Sergio Martins (PSDB), que prevê a divulgação da escala de trabalho dos funcionários dos equipamentos municipais de saúde.

Foi aprovado o Projeto de Lei nº 12951/2019, do presidente da Casa, vereador Antonio Carlos Albino, que permite a utilização de áreas públicas para publicidade em contrapartida à promoção de melhorias em imóveis públicos.

Outro projeto aprovado foi o Projeto de Lei nº 14382/2024, do vereador Paulo Sergio Martins, que declara as religiões de matriz africana como patrimônio cultural imaterial do município.

ADIADO

Adiado para a sessão do dia 25/06/2024 o Projeto de Lei nº 14187/2023, dos vereadores Faouaz Taha e Quézia Doane de Lucca, que institui a Política Municipal Intersetorial de Assistência aos Direitos das Pessoas com Altas Habilidades e Superdotação.

Também foi adiado para a próxima sessão o Projeto de Lei nº 14353/2024, do vereador Adriano Santana dos Santos, que institui o Dia Municipal do Cabeleireiro, Barbeiro, Esteticista, Manicure, Pedicure, Depilador e Maquiador, a ser comemorado em 18 de janeiro.


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