Por Fábio Estevam - Um homem de 40 anos, instrutor de uma modalidade esportiva em um projeto social que atua em um equipamento público municipal de lazer e esportes, em Jundiaí, está sendo investigado por estupro, ameaça e por fornecer substância viciante contra uma aluna, de 16 anos. O estupro, ocorrido na tarde de sábado (4), foi denunciado pela vítima e sua na manhã desta segunda-feira (6), na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). O crime, inclusive, teria sido cometido mediante abuso de confiança, já que o instrutor é amigo da família e tratado pela vítima como tio.
Além do caso em questão, a DDM também vai investigar para saber se o instrutor é suspeito de outros estupros que possam ter sido cometidos e não denunciados, até agora, por vítimas temerosas. Isso porque ele também é professor de capoeira em um escola particular na cidade e já deu aulas também em outras escolas.
No trajeto, segundo a adolescente, o instrutor começou com uma conversa e tom de brincadeira (incomum entre eles), com cunho sexual: “vamos num motel tomar uma e dar uns beijinhos”. A jovem respondeu: “tá doido?”.
Após este fato, ele parou o carro em um posto de combustíveis e foi até a loja de conveniência. Na sua ausência, a menina ligou para um amigo, contando o que estava acontecendo. Esse amigo, por sua vez, ao saber de quem se tratava, pediu para ela tomar cuidado, já que o mesmo havia 'dado em cima' de sua irmã, e a aconselhou a deixar claro, assim que o suspeito retornasse ao carro, que ela queria ser levada imediatamente para casa.
O suspeito retornou com duas cervejas e, ao entrar no carro, tentou beijá-la. Ela se desvencilhou e disse: “sai, tio”. Na sequência, ela deixou clara sua posição, de querer ir embora imediatamente. Ele deu a cerveja para ela e disse: 'vai, bebe'. Em seguida deixaram o local.
A caminho da casa dela, o tio mudou de assunto, como se nada ilegal tivesse acontecido. Inclusive, contou para ela uma história de que se envolveu em uma briga no dia de seu aniversário, e que lutou com várias pessoas e que gostava de brigar com pelo menos oito pessoas de uma só vez porque uma só não seria párea para ele.
Chegando e frente ao condomínio em que a vítima mora, ele não parou. Ela, então, reafirmou seu desejo de ser deixada ali e pediu que ele parasse. Ele disse que precisava ir até o apartamento dele, “rapidinho”, e que já a traria. Com o carro em movimento ela não teve outra opção.
Chegando ao estacionamento do condomínio em que ele mora, ele disse: “vamos subir, vai ser rapidinho”. Ela o obedeceu e, já no apartamento, ele pediu que ela aguardasse no escritório dele. Em seu depoimento à Polícia, a vítima contou que, quando ele retornou, o instrutor já a agarrou à força, beijando seu corpo, sua boca, e tentando tirar sua calça. Ela, a todo instante, passou a lutar, tentando se desvencilhar e a dizer que não queria ter relação sexual com ele. Ele então abriu a própria calça e a obrigou a pegar no pênis ele. Ele então a virou de costas e passou a esfregar o pênis nas nádegas dela, dizendo em seguida: “vai logo, já era para você estar de quatro da minha cama”.
Ainda durante o ato, ela contou que ele ficava dizendo: “sua mãe não pode saber disso nunca, tenho medo dela, ela é muito esperta”. Também a todo instante chegavam mensagens no celular da vítima que não podia vê-las. Em determinado momento o celular dela tocou, era ligação de uma amiga. Após ele se assustou e disse “vamos, vou te levar embora”.
Ao chegarem à casa dela, o autor disse: “se você contar para alguém, vou te fazer mal. E amanhã (domingo), vou lá (no equipamento público) com meu filho para te ver”.
Com medo, a vítima não contou aos pais o que havia acontecido. Porém, com a pressão que ela estava vivendo, acabou chorando e desabafando com algumas amigas na madrugada de domingo. As amigas então a levaram para casa, quando ela contou aos pais.