Com mais de 757 mil casos prováveis de dengue entre janeiro a maio de 2022 em todo Brasil, especialistas apontam a importância do monitoramento, cuidado e medidas de prevenção relacionadas às arboviroses. Só em São Paulo, nos primeiros cinco meses do ano foram registrados 194,6 mil casos. Em Jundiaí, são 773 casos contra 379 do ano anterior, aumento de 103% dos casos. Os bairros com maior incidência são Anhangabaú (56), Santa Gertrudes (52) e Centro (48).
Segundo o boletim epidemiológico divulgado no dia 23 de junho, são 573 registros de autóctones e 200 importados. Além da dengue foi registrado um caso de chikungunya e nenhum caso de zika.
Dentre os sintomas da dengue estão a febre, geralmente acima de 38 °C, associada a dores de cabeça e musculares, dores atrás dos olhos, náusea, vômito e diarreia. "Entre o terceiro e sétimo dia, o paciente pode apresentar melhora ou apresentar sinais de alerta para a forma grave com sintomas de dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, acúmulo de líquidos, letargia e/ou irritabilidade, e sangramento de mucosa", explica a enfermeira Bárbara Garcia, do Serviço de Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (SCIRAS) do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV).
Hoje, no Brasil, o vírus conta com quatro variações diferentes que causam os mesmos sintomas. A diferença é que, cada vez que o indivíduo pega um tipo do vírus, não pode mais ser infectado por ele, ou seja, na vida, a pessoa só pode ter dengue quatro vezes. Caso ocorra um segundo episódio da doença, os sintomas se manifestam com mais severidade. Existe certa sensibilização do sistema imunológico e ele dá uma resposta exacerbada. Por isso, cada vez que a pessoa adquire a doença, é provável que seja mais grave do que a anterior. As principais formas de diagnosticar a dengue são o isolamento viral e o teste sorológico.
"Temos disponível no Brasil a vacina que protege o corpo contra a infecção. A imunização é indicada para pessoas até 45 anos que já tiveram dengue várias vezes e que moram em locais com incidência de casos. A vacina não é disponibilizada pelo SUS e só está disponível em clínicas particulares. Ainda assim, existe um tratamento completo disponibilizado pela rede pública feito por meio de reposição volêmica, com o aumento de ingestão de líquidos, seja via oral ou por meio da administração de soro para diminuição dos sintomas apresentados", diz a enfermeira.
A Unidade de Vigilância em Saúde Ambiental (VISAM) lembra que a dengue é uma doença sazonal, com maior ocorrência no primeiro semestre do ano. Campanhas de conscientização também são desenvolvidas junto à comunidade, tanto pelas redes sociais da Prefeitura de Jundiaí, como pela mídia em geral e pelos agentes da VISAM e Agentes Comunitários de Saúde (ACS).