Para um casal que quer ter filhos, os últimos dias de gestação são de alegria e ansiedade. Contudo, não foi isso que aconteceu com o casal de Jundiaí, Marília Vanessa Araújo da Silva e Alyson Araújo Pereira. No último sábado, o sonho virou pesadelo, quando a mulher deu entrada no Hospital Universitário (HU), com 39 semanas de gravidez, mas recebeu a notícia de que sua filha estava morta.
Em nota, o Hospital Universitário informou que houve uma fatalidade durante o atendimento/internação da paciente, sendo que estão fazendo as investigações para análise do evento e realizando as tratativas diretamente com os responsáveis.
O pai registrou Boletim de Ocorrência na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) na segunda (25) acusando o hospital de ter negligenciado o atendimento. De acordo com o relato, no sábado (23) a mãe começou a estranhar quando parou de sentir a bebê se mexer na barriga. O casal se dirigiu ao Hospital Universitário por volta das 22h30 e lá recebeu o primeiro atendimento de uma obstetra de plantão que ouviu os batimentos cardíacos e constatou que estavam muito abaixo do normal.
A mulher foi encaminhada para uma sala de espera e informada que teria que aguardar para realizar um ultrassom, pois no momento, de acordo com o pai, não havia nenhum profissional para fazer o procedimento. A mulher foi internada por volta de 1h de domingo e informada que o ultrassom seria feito às 6h, contudo, não foi o que aconteceu, pois somente às 13h40 o procedimento foi realizado, já constatando a morte da bebê.
Ainda de acordo com o pai, em caso de não haver como fazer o ultrassom no HU, a mulher deveria ser encaminhada para um hospital particular da cidade para fazer o exame e depois voltar ao HU para o parto, mas isso não ocorreu e eles acreditam que essa espera fez com que a bebê morresse. "O que aconteceu comigo aqui nestes dois dias foi algo como caminhar num inferno na Terra, desde a entrada até a saída, eles deixaram minha filha morrer", afirmou o pai, devastado.
Alyson relata que quando saía para resolver alguma coisa a esposa era intimidada. "Ela ficava com o celular e uma enfermeira tentou intimidar ela, dizendo que ia tomar o celular. A minha irmã presenciou muita coisa. Foi um filme de terror, minha esposa não quer mais voltar lá. Estamos arrasados e o pior, sem nossa filha", revela.
Após a constatação da morte, o HU começou a induzir o parto, alegando que uma cesária para retirada seria muito arriscada para a saúde da mãe. A mulher ficou durante a tarde e noite de domingo e segunda com fortes dores, mas a bebê saiu naturalmente, sem a intervenção de uma cirurgia.