A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (2), a Operação Blanched, objetivando aprofundar investigação envolvendo crimes de lavagem de capitais relacionados a tráfico internacional de drogas. Os alvos são empresas que estão registradas como pessoas jurídicas voltadas a serviços de cobrança, agenciamento, bebidas, administração imobiliária, comércio eletrônico e atacadista do setor de alimentos, com sedes nas cidades paranaenses de São José dos Pinhais, Colombo e Foz do Iguaçu, além de Jundiaí, em São Paulo.
As investigações foram iniciadas a partir de informações fornecidas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), além de outras colhidas em análises preliminares, as quais apontaram para movimentação incomum no valor de R$ 5,2 milhões, entre fevereiro de 2019 e fevereiro de 2020, em conta bancária na cidade de Cajamar.
Os créditos realizados nessa conta tinham por depositantes empresas já investigadas pela Polícia Federal por não serem operacionais e abertas, sequencialmente, por organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro e envolvimento com tráfico internacional de drogas.
Alguns dos sócios das empresas identificadas figuram como beneficiários do auxílio-emergencial, demonstrando absoluta incompatibilidade de renda com os valores movimentados.
Até o presente estágio da investigação, não foram encontrados quaisquer registros ou documentos – como notas fiscais, por exemplo – que justifiquem os valores movimentados.
Na manhã desta terça-feira também foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara Federal de Jundiaí/SP, sendo três na cidade de Cajamar e um em Santana do Parnaíba/SP.
A importância da identificação dessas pessoas, segundo a PF, está no trabalho realizado em desarticular o sistema financeiro paralelo que permite a movimentação e ocultação de dinheiro oriundo de crimes diversos, especialmente tráfico de drogas – daí o nome da operação que, em inglês, significa branqueado por lavagem.
A pena prevista para o crime investigado (ocultação de capitais) pode chegar a 10 anos de prisão.
Os materiais apreendidos foram encaminhados para a Delegacia de Polícia Federal em Campinas.