Muito além da pedra no caminho, o jundiaiense que anda a pé pela cidade percebe que o município não foi pensado para isso. Em bairros mais antigos, como o Centro, as calçadas costumam ser mais estreitas, já que as ruas já foram alargadas para carros, mas há outros problemas que agravam a situação, como árvores mais velhas e até os postes.

Professor, Daniel Mareti do Carmo diz que a calçada da rua Giuseppe Franco, no Jardim Samambaia, tem apenas uma faixa que pode ser usada para caminhar, mas há árvores nela. "Tem um caminho de cimento no centro da calçada e nas beiradas é de terra, mas colocaram árvores bem no meio do caminho. Tem que desviar de qualquer jeito", explica.

Por conta disso, a mobilidade fica prejudicada e há riscos. "Tem que andar na rua e o problema vem há muito tempo. Observo problemas na cidade toda, mas costumam ser árvores antigas, que quebram a calçada. Nessa calçada, as árvores foram colocadas bem no meio do caminho", diz ele sobre o espaço.

Eletricista aposentado, Manoel Gonçalves mora na estrada Municipal do Marco Leite e diz que uma das calçadas da via é complicada. "Tem sujeira, precisa dar uma limpada, porque acumula lixo. Já daria uma melhorada tirar a terra e sujeira, mas ninguém liga, então a gente deixa para lá também. Aqui tinha árvore na calçada e deu muito trabalho até conseguir tirar. Ali no Jardim Danúbio tem uma árvore que levantou a calçada, tem que atravessar a rua para continuar", explica.

Representante comercial, José Henrique mora no Jardim Liberdade e acha que algumas árvores mais antigas acabam se tornando problema. "Pouco ando pelo bairro, mas tinha algumas árvores que a prefeitura removeu e ficou bom para andar. É bom ter árvores pelo bairro, mas às vezes estraga as calçadas."

JUSTIFICATIVA

A Unidade de Gestão de infraestrutura e Serviços Públicos (Ugisp) de Jundiaí informa que a remoção das árvores de calçadas é feita a partir de laudo técnico, emitido pelo serviço municipal. Ainda em nota, a Ugisp ressalta que, para receber uma nova árvore, é necessário que a calçada tenha mais de 1,60 de largura, conforme o regramento, para que não haja problemas futuros.

Quanto aos postes, a CPFL Piratininga esclarece que segue o projeto de infraestrutura da cidade que é executado pela prefeitura. A CPFL destaca que, se houver a necessidade de mudanças, cabe à prefeitura formalizar um pedido de alteração junto à CPFL e, depois disso, a companhia analisa o pedido e retorna com o resultado.

Ainda em relação a isso, a prefeitura informa que desenvolve um projeto intersetorial de requalificação e reabilitação urbana do Centro, que abarca o redesenho das ruas para torná-las acessíveis, confortáveis e atrativas às pessoas. A revitalização do Centro abarcará premissas para a melhoria da mobilidade da população, com a priorização dos pedestres. De maneira multiplataforma, Jundiaí desenvolve ações que promovem "ruas completas", ou seja, que ofereçam mais que somente o tráfego de veículos que, priorizado por décadas, preterindo-se a importância do espaço aos pedestres, promoveu um desenho de rua com calçadas estreitas.