Com a mudança do governo federal, o programa Minha Casa, Minha Vida será retomado e ampliado. A meta é que até 2026 sejam contratadas as construções de 2 milhões de residências. Em Jundiaí, de acordo com a Fundação Municipal de Ação Social (Fumas), há cerca de 2,2 mil unidades habitacionais em projetos que podem ser enquadrados em programas de subvenção habitacional.

Parte desses projetos, porém, será executada em parceria com o governo do Estado. Os demais estão sendo apresentados às esferas específicas para apreciação e busca de parcerias. O município também revisou o Plano Diretor para adequação à Política Municipal de Habitação, assim, será possível o enquadramento em programas de financiamentos. Os projetos serão destinados às famílias de baixa renda e desenvolvidos em várias regiões da cidade.

De acordo com dados do Observatório Jundiaí, o último ano com entrega expressiva de unidades habitacionais foi 2016 (1.488). Em 2017 (204), 2018 (96) e 2019 (46) a queda foi gradativa. Em 2020 e 2021 não houve novas entregas e não há o número de 2022.

CASA PRÓPRIA

Ainda de acordo com a Fumas, cerca de 900 residências já estão encaminhadas para construção na cidade. O Jardim Sorocabana tem 400 habitações já acordadas para construção a partir da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). No Traviú, numa parceria com a oferta do terreno pelo município e construção pelo programa Casa Paulista, do Governo do Estado, outras cerca de 500 unidades habitacionais já estão encaminhadas.

Além dos projetos para novas habitações, 400 casas do Novo Horizonte estão sendo reformadas em duas fases pelo programa Viver Melhor, também do governo estadual. Cerca de 20 casas já foram entregues e outras seis estão em reforma. Em março, o bairro também terá a entrega de 171 matrículas residenciais.

As reformas foram iniciadas em outubro de 2022 e avançam gradativamente. "O projeto é grande e desejado há muitos anos. As melhorias oferecem habitabilidade, qualidade de vida e dignidade às famílias, que ainda poderão contar com a regularização fundiária", comenta o superintendente da Fumas, José Galvão de Braga Campos, o Tico.

MERCADO

Além de tornar possível a sonhada casa própria para pessoas com renda mais baixa, os programas habitacionais animam o mercado imobiliário, visto que há contratação de construtoras e, consequentemente, aumento de emprego na área.

Diretor da construtora Santa Angela, Alexandre Benassi diz que o subsídio do poder público é fundamental para o fomento à moradia de interesse social, bem como o modelo de financiamento. "Houve uma boa oferta de produtos enquadrados dentro do antigo Casa Verde e Amarela, porém, direcionados para outras faixas de renda, no teto do programa. A habitação de interesse social precisa, necessariamente, do envolvimento do poder público, deve haver uma política clara e coordenada entre as várias instâncias públicas (Federal, Estadual e Municipal)."

Para Benassi, a retomada do programa, a priori, é positiva, tem potencial para gerar empregos, mas precisa ser bem estruturada. "É preciso estudar a fundo várias alternativas de atuação para o atendimento da população que se encaixa neste modelo de habitação de interesse social, os subsídios para aquisição, as parcerias com a iniciativa privada, instrumentos como o aluguel social, dentre outras, são ferramentas que o poder público precisa estruturar se tivermos o objetivo de atender a grande demanda presente em nosso país", completa ele, também afirmando que Jundiaí tem, ainda, potencial de crescimento imobiliário.