Em meio à era 5G, os orelhões ficaram cada vez mais esquecidos pela população. Eles foram criados na década de 1970 e se popularizaram durante várias décadas por conta da estética e da praticidade, mas não é muito comum, hoje, as pessoas se abrigarem sob um orelhão para fazer sua ligação. Em Jundiaí, essa sobrevivência é representada por 134 orelhões espalhados pela cidade, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL). Esses equipamentos apresentam características diferentes, como atendimento 24 horas, ligação internacional, adaptada para cadeirantes e adaptado para deficientes auditivos e de fala.
Os orelhões estão em um desuso tão grande que muitas pessoas não sabem como utilizá-lo. Antigamente, era necessário adquirir algumas fichas com um determinado tempo para fazer uma ligação. Hoje, as ligações são feitas através de cartões telefônicos, que também são adquiridos em bancas de jornais ou em uma loja autorizada, variando de acordo com a quantidade de créditos colocados.
Em uma banca de jornal na Vila Padre Nóbrega, seu dono, Armando Isao Ota, de 56 anos, comentou que trabalhava com cartões telefônicos até pouco tempo, mas, como o equipamento que ficava em frente à sua banca foi retirado, ele deixou de vendê-los. "Eu já trabalhei tanto com as fichas quanto com os cartões. Quando o orelhão na frente da minha loja foi retirado, não vi mais necessidade de continuar vendendo os cartões", comentou.
CONFRONTO DE GERAÇÕES
O que os jovens acham do orelhão? Será que eles já usaram um? Segundo o jundiaiense Ricardo Silva Melo, de 21 anos, ele já chegou a ver e até usar um orelhão, mas quase não vê mais hoje em dia. "Tinha um perto do lugar que eu estudava quando era criança. Minha mãe usava muito e eu acabava indo junto com ela fazer as ligações. Não acho mais nenhum hoje em dia, achava estiloso e bonito esteticamente", comentou.
Lusia Casagrande, de 66 anos, disse que já usou muito o orelhão, mas que quase não encontra o aparelho nos dias de hoje. "Eu já usei muito. Inclusive já comprei os créditos de todos os jeitos, tanto com as fichas quanto com o cartão, mas hoje eu não uso mais. Eu morava no Bairro Marco Leite e tinha um orelhão bem na frente da minha casa", comentou.
A idosa afirma que não usa mais o orelhão por conta da dificuldade em encontrá-los, além de também não conseguir mais achar os cartões à venda. Ela também deixou claro que o avanço tecnológico não influenciou muito. "Eu uso o celular somente para conversar com meus filhos, então isso acaba não fazendo muita diferença. O orelhão que ficava em frente a minha casa foi retirado há muito tempo, então eu nem usei mais. As fichas eu sei que quase não existem mais e os cartões também acho que não", completou.