Quem vai ao Cartório da 65° Zona Eleitoral, localizado na rua dos Bandeirantes, encontra uma situação precária: mofo nas paredes, janelas mal ventiladas e, principalmente, infiltração em todo o local.
De acordo com a assessoria do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE), o imóvel que o Cartório da 65ª Zona Eleitoral de Jundiaí utiliza é propriedade da Prefeitura de Jundiaí. Então, as eventuais reformas ficam a critério da gestão. Segundo o Cartório, já foram feitas algumas solicitações para a Prefeitura há algum tempo para reformas, desde a pandemia, mas não foi realizado nenhum reparo.
Segundo o historiador Felipe Pinheiro Oliveira, 33 anos e morador da Vila Arens, que esteve recentemente no local, o que chamou atenção foi o cheiro de mofo. "Compareci ao local no início da semana passada para atualizar meu endereço de votação e ficar mais próximo da minha casa. Quando cheguei, notei um cheiro estranho no local, de mofo. Primeiro perguntei para a atendente se ela estava sentindo, ela disse que não, mas eu percebi um constrangimento. Foi então que eu olhei com mais atenção o local onde eu estava."
Para Felipe, ficou claro que não havia qualquer reforma ou manutenção no cartório. O mofo nas paredes e o cheiro estavam evidentes, e o historiador notou que a janela principal não tem boa ventilação. "Eu fiquei indignado na hora. Havia, ao menos, seis servidoras mulheres trabalhando naquele local. O que mais me chamou atenção foram as infiltrações em tudo. O ambiente completamente insalubre. Foi então que aproveitei que o local estava vazio e quis conversar com as servidoras para entender o que estava acontecendo. Elas me informaram que o prédio é de propriedade da Prefeitura de Jundiaí, e fica em um 'jogo de empurra-empurra' com o TRE, para saber quem se responsabilizará pelos reparos."
A Felipe, as servidoras teriam revelado que, quando chove, muitas vezes elas precisam parar o trabalho porque escorre água pelas paredes e teto, inclusive sobre os computadores e mesas. "Fiquei sabendo que muitas vezes a sala fica completamente alagada", declara.
"A julgar pelo estado do local, talvez há um ano esteja com esses problemas. E com as chuvas pesadas das últimas semanas, piorou bastante. Mas mesmo assim não oferecem às servidoras outro local de trabalho. Elas têm fotos e vídeos da água entrando no local. É uma vergonha obrigar alguém a trabalhar naquele ambiente e, ainda por cima, disponibilizar para atendimento ao público. Uma falta de respeito generalizada."
Questionada, a Prefeitura de Jundiaí, por meio da Unidade de Gestão da Casa Civil (UGCC), informou que as manutenções periódicas são realizadas nos prédios municipais cedidos para órgãos de outras esferas de governo, inclusive o prédio citado nesta reportagem, que recebe manutenções específicas, sempre que acionadas ao município. Em decorrência das necessidades específicas do prédio ocupado pelas Zonas Eleitorais 65ª e 424ª, uma reforma demandaria o deslocamento das Zonas eleitorais do local, situação que é discutida em parceria com o Tribunal Regional Eleitoral.