Recentemente, o senhor foi a Washington analisar um financiamento junto ao BID para saneamento básico em Jundiaí. Essa área é uma prioridade na sua gestão? Nós estivemos na sede do BID e recebemos do presidente da instituição e de toda a diretoria as diretrizes necessárias para a consolidação do pedido de financiamento do município. Nós desejamos incrementar o saneamento com outros investimentos, como: reservatórios e estações de tratamento de água. Quero frisar que este financiamento internacional está focalizado em agentes subnacionais, ou seja, Estados e municípios. Não tem intermediário nesse caminho. Como podemos dialogar diretamente com a diretoria da instituição, ficou muito claro, por exemplo, que pautas que tratam do aspecto de sustentabilidade, como energia verde e segurança alimentar, têm facilidade de financiamento. É muito interessante você ouvir diretamente do presidente e dos seus diretores aquilo que o banco deseja investir.
Quais são os desafios de Jundiaí, cidade que está crescendo e se tornando importante polo económico do Estado? O desafio maior é exatamente convergir o seu desenvolvimento com a qualidade de vida e a equidade social. Esse é o tripé, que domina hoje a discussão política em Jundiaí. Qualidade de vida na cidade que não pode se perder; desenvolvimento econômico que nós queremos ampliar; e aumento de renda para nossa população que é a equidade social. Atualmente, nós somos a quinta maior economia do Estado de São Paulo e a décima quinta maior economia do Brasil e ostentamos, ainda, o sétimo IDH do Brasil e o quarto IDH do Estado de São Paulo. Então, como manter a cidade economicamente ativa sem perder a qualidade de vida? Nós queremos ser uma grande cidade e não uma cidade grande. A pauta da grande cidade é a pauta da sustentabilidade, da economia verde, do trem intercidades, que levará as pessoas de Jundiaí à Estação da Luz em 40 minutos. Isso é um ganho considerável na qualidade de vida, porque, hoje, por exemplo, uma pessoa demora para subir da Consolação para o Paraíso de 15 a 20 minutos dentro do carro.
E para a sua sucessão, quais são os próximos passos? Vai apoiar algum nome? Olha, o meu secretário de Governo, que é o José Antonio Paremoschi, está despontando dentro do próprio governo local e dos partidos políticos que me dão sustentação como a candidatura mais natural para enfrentar a minha sucessão. Ele foi o coordenador do meu plano de governo em 2016 e, na sequência, foi o meu coordenador de transição. Depois foi o responsável pelo ajuste fiscal que nós fizemos aqui para equilibrar as contas públicas e também tive a oportunidade de entregar a ele a Secretaria de Governo da prefeitura, que é a pasta responsável pela execução dos projetos. Por tudo isso, Paremoschi desponta como candidato natural à minha sucessão.
Por que mudar do PSDB para o PL? Por que entendo que o eleitor do interior do Estado de São Paulo tem o PL como referência na linha conservadora. Com a transição, estamos associados a um governo do Estado que tem muita qualidade e capacidade de entrega. Entendo que a minha ida ao PL serviu, também, para levar à esta sigla a experiência de alguém que está no poder Executivo e administra uma cidade importante, que votou majoritariamente nas duas últimas eleições nas candidaturas do Bolsonaro e do Tarcísio de Freitas. Então, dentro desse conceito, a migração foi muito natural e construída com o apoio do Bolsonaro, do Valdemar Costa Netto, do Tarcísio de Freitas, do Gilberto Kassab e do Arthur Lima, que se filiou recentemente ao PP. Esta migração foi muito mais para atender também aos nossos interesses no sentido de convergência com o eleitor jundiaiense.
Preocupa ter o apoio de Bolsonaro, considerando a rejeição que ele tem em setores do eleitorado? O ex-presidente também está inelegível… As eleições municipais terão muito mais relação com a força administrativa daqueles que estão administrando a cidades, do que a referência no posicionamento político. Entendo a importância do apoio político do ex-presidente Bolsonaro; do Tarcísio de Freitas, que é o governador de São Paulo; do André do Prado, que é o presidente Alesp; do Gilberto Kassab; do Marcos Pereira; do Jorge Caruso; do Baleia Rossi; do Arthur Lima; e do Maurício Neto. Nós queremos o apoio de todas essas lideranças, mas a discussão que vai imperar é se a administração do prefeito, qualquer que seja a cidade, vai bem. Nós queremos o apoio de todos aqueles que estiverem no campo conservador. Eu, particularmente, sempre fui um político de oposição ao PT. A cidade de Jundiaí não cairá em mãos erradas, porque tem o entendimento de que o modelo de governança é maior do que as pessoas, inclusive, que eu mesmo, que fui reeleito com 70% dos votos no primeiro turno. A capacidade que o governo tem de promover entregas substituem, por muitas vezes, as discussões ideológicas. Ter o apoio do governador e do presidente é fundamental e importante, mas acho que por aqui vão imperar as discussões que envolvem educação, saúde pública, infraestrutura e protagonismo econômico da cidade. Acho que capitais da República como São Paulo recebem uma interferência no sentido político nacionalizado, mas cidades do interior e cidades médias não estão associadas ao protagonismo ideológico. Considero a questão da entrega fundamental.
Como avalia a atual gestão Tarcísio? Ele deve disputar a Presidência em 2026? O Tarcísio, nesse instante, surpreende positivamente a todos aqueles que o apoiaram e aqueles que não o apoiaram. Ele faz uma excelente gestão à frente do Governo do Estado de São Paulo, inclusive com presença muito significativa de investimento aqui na cidade de Jundiaí e em toda a nossa região metropolitana. Se o governador fizer um governo de oito anos, vai fazer um governo transformador para São Paulo dentro do sentido administrativo. Então, particularmente, não quero atribuir ao governador Tarcísio nenhuma responsabilidade de lançá-lo a um cargo presidencial, porque percebo claramente no dia a dia do governo do Estado o quanto ele está focado na administração de São Paulo. Assim, entendo que o desejo dele é de se candidatar à reeleição. Se isso ocorrer, contará com meu integral apoio, por que está fazendo um excelente trabalho.
O PSDB perdeu seu mais importante cargo elegível, o governo do Estado de SP, mesmo tendo muitas prefeituras e força histórica no interior. Por que isso ocorreu? O PSDB tem excelentes quadros políticos e, se souber naturalmente construir a partir de seus quadros uma narrativa que seja aderente para a opinião pública, poderá ter o seu protagonismo. Saio do partido com grandes amigos lá dentro, não saí com nenhuma rusga ou tipo desentendimento. Foi, de fato, uma decisão política. Por isso, cabe a compreensão de todos. Entendo que a partir dos seus excelentes quadros, por exemplo, o Eduardo Leite, que é o presidente nacional da sigla, o partido vai reencontrar o seu protagonismo e o seu caminho.
Qual é o seu futuro no PL? Pretendo ocupar um espaço político a partir das iniciativas que foram implementadas de um governo vencedor em Jundiaí. Ocupar a vice-presidente estadual do PL, que foi uma oportunidade importante que o presidente estadual e o presidente nacional me deram. Com isso, quero, naturalmente, construir um caminho dentro do partido político com base no respeito e na construção. Não cheguei ao PL com o objetivo de disputar cargo ‘A’ ou ‘B’ e vou me colocar à disposição com meu próprio perfil, que, naturalmente, tem muita semelhança com o próprio PL.
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