O falecimento de Conti foi um choque para a área de saúde do DF. Prestigiado pelo serviço desempenhado há mais de 20 anos, o profissional deixou um bom legado aos colegas de profissão e aos pacientes já atendidos por ele. Nomeado em dezembro de 2023 para assumir a chefia do ICTDF, Conti também atendia no Hospital Daher há pelo menos 20 anos e em outros hospitais privados.
O governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), e a vice-governadora, Celina Leão (PP), prestaram homenagens em suas redes sociais ao médico. A notícia do falecimento do ex-diretor do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF) foi recebida "com profundo pesar" pelo chefe do Executivo local. Em sua conta no X, antigo Twitter, Ibaneis deixou seus "sentimentos à família e aos amigos, para que todos possamos enfrentar este momento difícil juntos."
Junto a uma foto de Conti, Celina também manifestou suas condolências à família, aos pacientes e aos amigos do médico "que era reconhecido por sua dedicação à medicina, sua grande causa, e a todos". "Recebemos com profundo pesar a notícia do falecimento do Dr. Rodrigo de Sousa Conti, ex-diretor do Iges-DF, na data de hoje. Manifestamos nosso apoio à família, aos pacientes e aos amigos do médico que era reconhecido por sua dedicação à medicina, sua grande causa, e a todos", escreveu.
O ICTDF, onde Rodrigo Conti chefiava, emitiu uma nota de pesar. Neste momento de dor, manifestamos nossa solidariedade aos familiares e amigos. Pedimos a Deus que conforte seus corações e conceda paz e serenidade para enfrentar esta imensurável perda. Agradecemos imensamente pelo tempo e dedicação que o Dr. Rodrigo ofereceu ao Instituto de Cardiologia e Transplantes do DF. Seu profissionalismo, honestidade, lealdade, inteligência e competência, aliados à sua sensibilidade para lidar com adversidades e conflitos humanos, serão sempre lembrados e admirados".
O Hospital Santa Helena, de Unaí, onde Conti faria uma cirurgia em um paciente, decretou luto de três dias em razão do óbito. "Dr. Rodrigo deixa uma família amorosa, amigos queridos e um legado exemplar na saúde, sua paixão. Em homenagem à sua família e memória, o Hospital Santa Helena também anunciou luto de três dias. Deixamos aqui também nossos sentimentos às famílias das demais vítimas envolvidas no acidente", informou nas redes sociais.
Na via contrária, de volta para Brasília, Guilherme Feitosa, dono de uma empresa de baterias localizada em Samambaia, e Jeferson Henrique, um dos funcionários dele, estavam em uma caminhonete S10. No carro, eles traziam várias baterias que haviam ido buscar na cidade mineira para trazer à capital. No começo da tarde de ontem, Guilherme perdeu o controle do veículo e colidiu frontalmente com a Fiorino onde estavam o médico e o enfermeiro.
A batida resultou na destruição total da Fiorino e na morte dos quatro envolvidos. O Correio conversou com Bruna Thaís, mulher de Jeferson. Ela, que mora no Setor O, relatou que o marido costumava viajar para Unaí devido à função que desempenhava na empresa. Na semana passada, por exemplo, ele fez o mesmo trajeto. "Jeferson estava nesse emprego há quase cinco anos e sempre viajava para trazer produtos. O chefe (Guilherme) estava no volante, mas o carro (caminhonete) estava muito pesado por causa das baterias que eles traziam, por isso perdeu o controle do veículo", relatou a esposa.
Bruna conversou com o marido pela última vez às 15h47 de terça-feira, pelo WhatsApp. Às 17h20, um outro funcionário da empresa chegou a trocar mensagens com Guilherme, mas, depois, nem ele e nem Jefferson deram mais notícias. Sem informações sobre o paradeiro, um familiar de Guilherme se dirigiu para Unaí e se deparou com o acidente na via.
"Ia fazer cinco anos que estávamos juntos. Ele era uma pessoa maravilhosa, não tinha problema com ninguém, era amigo de todo mundo, brincalhão e um esposo maravilhoso. Perdi tudo, ele era o padrasto dos meus filhos, que eram apaixonados por ele. Jeferson ainda deixou outros dois filhos de outra relação", desabafou.
Até o fechamento desta edição, as datas dos sepultamentos das vítimas não haviam sido informadas. O Correio apurou que os corpos já foram liberados do Instituto de Medicina Legal (IML) da cidade mineira.