Amigos e parentes da sargento do Exército morta aos 26 anos durante festa julina da corporação em Uberlândia, a 540 km de Belo Horizonte, não titubeiam em definir a personalidade da militar Stephanie da Silva Magalhães. Eles a caracterizam como uma jovem meiga, estudiosa e atuante na igreja.
"A Stephanie era uma menina linda. Boazinha. Era muito prestativa com a avó e com o pai. Ela sempre cuidou bem da mãe, que morreu há dois meses com problemas de saúde", conta a REPORTAGEM a secretária Suellen Müller, amiga da família, que faz questão de ressaltar: "Eu a vi crescer".
Stephanie da Silva Magalhães cresceu na cidade de Nilópolis, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Ela se mudou para Minas Gerais para realizar um sonho profissional.
"O pai da Stephanie fazia de tudo para a família, e ela sempre dizia que iria entrar na carreira militar, que seria do Exército. Ela estudou muito para isto e foi designada para atuar na área da saúde", lembra Sérgio Carvalho, amigo da família.
No tempo em que viveu na cidade fluminense, Stephanie sempre esteve engajada em atividades na igreja na qual a família atua. Além de frequentar os cultos, a jovem participava de ações sociais e do grupo de dança durante a adolescência.
"O pai dela foi diácono da igreja, assim como o tio. A avó sempre esteve muito presente. Eles faziam trabalhos como doar comida a pessoas carentes", recorda-se Suellen.
A mesma congregação religiosa abriu neste domingo (16) para receber o velório de Stephanie, que começou às 10 horas. O Exército realizou uma homenagem à sargento durante a tarde. Em seguida, o corpo foi sepultado no Cemitério Municipal da cidade.
Stephanie da Silva Magalhães morreu baleada em Uberlândia, a 540 km de Belo Horizonte, na noite deste sábado (15). O autor dos disparos seria o sargento Isaque Frederico Silva Ferreira, então com 32 anos, colega de trabalho da vítima.
O homem teria realizado o ataque por ciúme da jovem, que estava namorando outro militar. Pedro Maessi, namorado de Stephanie, também foi atingido e está internado no Hospital de Clínicas de Uberlândia.
De acordo com relatos de testemunhas, Isaque Ferreira só parou de atirar ao ser baleado por um policial penal à paisana que participava da festa. Ferreira também morreu no tiroteio. O corpo do sargento é velado neste domingo, na cidade de Lavras, a 240 km de Belo Horizonte, no sul do estado.
Segundo a PM (Polícia Militar), além das duas pessoas que morreram no tiroteio, outras cinco ficaram feridas. Ao menos três delas foram levadas para o Hospital de Clínicas de Uberlândia. A unidade de saúde não divulgou o quadro clínico dos pacientes.
A reportagem procurou o Exército para comentar o caso e aguarda retorno.
Testemunhas que estavam na festa julina durante o ataque registraram em vídeo o momento em que os disparos de arma de fogo foram desferidos.