O presidente argentino, Javier Milei, enfrenta nesta quarta-feira, 24, a primeira greve geral em apenas 45 dias de governo. A manifestação ocorre em rejeição ao rígido ajuste fiscal e a um amplo plano de reformas de leis e normas em vigor há décadas. Desde a manhã, manifestantes se reuniram em Buenos Aires, carregando faixas com slogans como “O país não está à venda”. O protesto, que começou em frente ao Congresso Nacional e arregimentou milhares de argentinos, foi convocado pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), maior central sindical do país, com apoio da Confederação dos Trabalhadores Argentinos (CTA). A greve é uma resposta às alterações no regime trabalhista promovidas por Milei, que limitam o direito à greve e afetam o financiamento dos sindicatos. A ministra da Segurança, Patrícia Bullrich, criticou os organizadores do protesto, chamando-os de “sindicalistas mafiosos e gestores da pobreza”.
O governo argentino implementou bloqueios com o objetivo de evitar que manifestantes chegassem ao Congresso Nacional. São parte do chamado “protocolo antipiquetes”, que visa combater o bloqueio de vias e foi adotado em dezembro. Este protocolo permite apenas que os manifestantes permaneçam nas calçadas. Contudo, em dezembro. No entanto, a medida não se mostrou eficaz, resultando em confrontos entre a polícia e os manifestantes em Buenos Aires durante um protesto contra as medidas de Milei. Segundo a polícia, 130 mil pessoas aderiram à greve só em Buenos Aires. Outras cidades importantes como Córdoba e Rosario também tiveram manifestações.
O apoio internacional à greve inclui manifestações em Madri, Londres, Berlim e Paris. No Uruguai, o sindicato PIT-CNT convocou uma manifestação contra as “medidas antipopulares” de Milei. O setor de transporte aéreo foi impactado, com a Aerolíneas Argentinas cancelando todos os voos do dia. A greve ocorre em meio a desafios econômicos, incluindo uma inflação anual de 211% e quedas significativas no consumo e na produção industrial. O presidente Javier Milei enfrenta a insatisfação popular, expressa nas ruas, mesmo mantendo uma imagem positiva em pesquisas que variam de 47% a 55%. A greve, que durará 12 horas, tem como ponto central o rechaço às mudanças na legislação trabalhista, as quais estão temporariamente suspensas devido a questionamentos sobre sua constitucionalidade na Justiça.
*Com informações da AFP
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