A estrela do cinema e da música Jane Birkin, que se tornou um ícone em sua pátria de adoção, a França, foi encontrada morta neste domingo, 16, por seu cuidador na residência onde morava em Paris. Ela tinha 76 anos. A causa da morte não foi revelada. Nascida em Londres e naturalizada francesa, a artista enfrentou problemas de saúde recentemente e foi obrigada a cancelar vários shows. Em fevereiro, Birkin participou em estado muito frágil da cerimônia do César Awards, a premiação anual do cinema francês, ao lado da filha Charlotte Gainsbourg, também atriz e cantora — estrela do filme “Ninfomaníaca” — e da neta Alice. Ela ganhou fama com sua turbulenta relação com o lendário músico, compositor, intérprete e poeta Serge Gainsbourg, pai de Charlotte. Em 1969, os dois gravaram “Je T’aime… Moi Non Plus”, canção que foi sucesso mundial e provocou escândalo por seus sussurros e gemidos. Gainsbourg escreveu a música pensando em Brigitte Bardot, com quem teve um romance.
O público francês a adorava por sua sensibilidade e seu peculiar sotaque britânico, que a artista nunca perdeu. “Inimaginável viver em um mundo sem a tua luz”, escreveu no Instagram o cantor Étienne Daho, um de seus amigos mais próximos, coautor de “Oh, Pardon Tu Dormais….”, canção e título de um álbum lançado em 2020. O presidente francês Emmanuel Macron prestou homenagem a uma “artista completa”, que “cantou as mais belas palavras de nossa língua”.
No cinema, Jane Birkin atuou em “Blow up”, filme de Michelangelo Antonioni premiado com a Palma de Ouro no Festival de Cannes em 1967, e em “A Piscina”, de Jacques Deray, ao lado de Romy Schneider e Alain Delon em 1969. Também trabalhou com cineastas como Jean-Luc Godard, Jacques Doillon e Agnès Varda. O relacionamento com Serge Gainsbourg, que conheceu durante a produção de um filme em 1968, mudou sua careira. Ao lado do francês, Birkin formou um casal mítico na Paris da década de 1970, com momentos de paixão, glamour e escândalos.
Sem conseguir suportar a relação com um Gainsbourg às vezes excessivo e violento, Jane Birkin abandonou o apartamento da família em Paris em 1981, com as filhas Kate (nascida de sua união com o compositor britânico John Barry) e Charlotte, e reconstruiu sua vida com o cineasta Jacques Doillon (com que teve a terceira filha, Lou Doillon). Muito depois da morte de Serge, em 1991, e apesar de momentos muito duros como a morte da filha Kate Barry, em 2013, e de uma leucemia de tratamento difícil, Birkin continuou interpretando as canções do músico francês. Ela deixa duas filhas e quatro netos (além de Alice Attal, foi avó de Jean Attal, Roman de Kermanec e Marlowe Jack Tiger Mitchell.