Autoridades esperam que o balanço aumente, pois buscas continuam sendo realizadas; floresta de Shakahola será declarada como ‘memorial’
Publicada em 18/07/23 às 00:12h - 4739 visualizações
por TV & RÁDIO REGIONAL
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Buracos cavados são vistos após a exumação de corpos no local da vala comum em Shakahola, nos arredores da cidade costeira de Malindi, em 25 de abril de 2023 (Foto: TV & RÁDIO REGIONAL)
Passa de 400 o número de mortos em setia no Quênia para ‘encontrar Jesus’. Segundo o novo balando, divulgado nesta segunda-feira, 17, ao número chegar a 403, após a descoberta de 12 novos corpos, anunciou uma autoridade regional. “Nossa equipe médico-legal pôde exumar 12 corpos hoje”, declarou à imprensa a prefeita da região da costa, Rhoda Onyancha, que acrescentou em uma mensagem que o “balanço total” é “de 403 mortos”. As autoridades esperam que o balanço aumente, já que as buscas pelas valas comuns em uma ampla região do litoral queniano continuam quase três meses depois da descoberta das primeiras vítimas. A polícia considera que a maioria dos corpos exumados são de seguidores da Igreja Internacional das Boas Novas (Good News International Church), criada pelo autoproclamado pastor Paul Nthenge Mackenzie, que defendia jejuar até a morte para “se encontrar com Jesus”.
Esse ex-motorista de táxi está preso desde 14 de abril e será processado, entre outras acusações, por “terrorismo”. Outras 16 pessoas são acusadas de pertencer a um grupo de homens encarregados de vigiar para que nenhum fiel acabasse com o jejum ou escapasse da floresta, localizada perto da cidade litorânea de Malindi. As autópsias realizadas até agora revelaram que a maioria das vítimas morreu de fome, logo depois de escutar orações. Algumas das vítimas, entre elas crianças, foram estranguladas, agredidas ou asfixiadas, segundo as autópsias. O ministro do Interior anunciou que a floresta de Shakahola será declarada como “memorial”. No mês passado, a Justiça abriu um processo por “tentativa de suicídio” contra 65 adeptos que se recusaram a comer depois de serem retirados da floresta. Esses processos foram condenados por grupos de defesa dos direitos humanos. A ONG Comissão Nacional de Direitos Humanos do Quênia denunciou uma “decisão inadequada (que) traumatizará os sobreviventes no momento em que precisam desesperadamente de compreensão”.
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