Subiu para 2.012 o número de mortos por causa do terremoto de magnitude 6,8 que atingiu o Marrocos na sexta-feira (8) — o balanço anterior divulgado neste sábado era de 1.305. O número de feridos era de 1.832, dos quais 1.220 em estado grave. O governo declarou luto oficial de três dias em respeito às vítimas.
As autoridades do país consideram o abalo sísmico o mais forte já ali registrado. O epicentro do tremor, que ocorreu às 23h11 no horário local (19h11, no horário de Brasília), se localiza a 71 km a sudoeste de Marrakech
Segundo o Ministério do Interior, as províncias e os municípios do país mais atingidos pelo tremor foram Al Haouz, Marrakech, Ouarzazate, Azilal, Chichaoua e Taroudant. Nas redes sociais, a população afetada registrou momentos de pânico e destruição devido aos tremores.
O terremoto foi sentido com menos intensidade em cidades costeiras, como Rabat e Casablanca, e até mesmo em Fez, onde está concentrada a seleção olímpica do Brasil (e que fica a 530 km de Marrakech). O abalo afetou, ainda, províncias na região oeste da Argélia, país vizinho do Marrocos, mas as autoridades locais negaram haver danos ou vítimas.
Após a tragédia, o Ministério do Interior afirmou que as autoridades mobilizaram "todos os recursos necessários para intervir e ajudar as zonas afetadas" pelo terremoto. Governos de outros países, como Estados Unidos e Espanha, também se ofereceram para ajudar e mandar equipes de resgate de reforço, caso seja preciso.
Na manhã deste sábado (9), governos de outros países do Mediterrâneo se manifestaram em apoio ao Marrocos. O presidente da Espanha, Pedro Sánchez, expressou solidariedade ao país. "A Espanha está com as vítimas desta tragédia e suas famílias", escreveu numa rede social.
Já a ministra do Exterior da França, Catherine Colonna, manifestou, também em rede social, sua solidariedade ao povo marroquino. O presidente Emmanuel Macron, que participa da cúpula do G20, na Índia, afirmou que seu país está "de prontidão para ajudar" nos esforços de resgate marroquinos.
Outros líderes mundiais se manifestaram em apoio ao país após a tragédia. Entre eles estão o presidente da Rússia, Vladimir Putin, o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelensky, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.
A União Africana (organização criada para promover a integração dos países do continente) também se pronunciou, expressando "grande dor" diante da tragédia.
Apesar da destruição e do pânico, este não é o primeiro terremoto que devasta o Marrocos ou um país vizinho do norte da África. Em 2004, um tremor em Al Hoceima, no nordeste do reino, deixou mais de 600 mortos e 900 feridos.
Antes ainda, em 1980, outro abalo, de magnitude 7,3, devastou a Argélia (país vizinho ao Marrocos), deixando 2.500 mortos e cerca de 300 mil desabrigados.