O republicano Kevin McCarthy foi removido do cargo de presidente da Câmara dos Estados Unidos em uma votação sem precedentes nesta terça-feira (3). A moção foi desencadeada por uma rebelião da ala mais radical do próprio partido após a aprovação da lei orçamentária, que evitou a paralisação da Casa Branca.
O presidente foi derrubado por 216 votos, incluindo oito republicanos, contra 210 deputados que tentaram, sem sucesso, apoiar McCarthy. A incerteza aberta pela votação foi expressa por um republicano, que questionou o ocorrido durante a votação: "E agora?". Pela primeira vez na história, a Câmara dos Estados Unidos não tem um presidente, e nem está claro, pelo menos até aqui, quem serão os candidatos.
Na tarde desta terça (3), Kevin McCarthy já havia sofrido a primeira derrota: 218 deputados (sendo 207 democratas e 11 republicanos) rejeitaram a tentativa de adiar, ou até mesmo bloquear, a votação. Com uma maioria frágil, os 208 republicanos que apoiaram o líder do partido não foram suficientes para conter a rebelião.
Na segunda votação, já para decidir sobre o futuro de Kevin McCarthy, era necessária uma maioria qualificada para retirá-lo do cargo. Só a abstenção, ou o apoio do partido Democrata, poderia salvá-lo da rebelião republicana. O que não aconteceu.
O drama que marca o início desta semana lembra a eleição do presidente da Câmara, que já sofreu com a revolta da ala mais radical do partido para consolidar a sua liderança. Em janeiro, quando a nova legislatura tomou posse, ele precisou de 15 rodadas para conseguir a maioria qualificada e foi eleito com 216 votos, contando com a abstenção dos republicanos mais rebeldes que se recusaram a votar em McCarthy.