O Bando do Magrelo é alvo de investigações pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo) de Piracicaba, do MPSP (Ministério Público de São Paulo). Oito integrantes já foram identificados e denunciados pelos crimes de organização criminosa e associação para o tráfico de drogas. Do grupo, cinco foram presos preventivamente durante operação em 17 de maio. Enquanto, o líder foi capturado na última terça-feira (23) entre as cidades de Novo Horizonte e Borborema, a cerca de 220 quilômetros de Rio Claro.
O traficante Magrelo se considera o "novo Marcola". Na denúncia do MPSP, obtida pelo R7, ele é descrito como o chefe da criminalidade local, sendo respeitado na área por meio do comportamento violento. "[Ele] não admite desaforos, seja de outros criminosos de seu grupo, seja de pessoas envolvidas com outras organizações criminosas, como o Primeiro Comando da Capital. A consequência de quem ousa contrariar as determinações de Anderson Ricardo é uma só: a morte”, dizem os procuradores responsáveis pela investigação.
De acordo com o MP-SP, a organização criminosa é conhecida pelo alto poder bélico. Os integrantes ostentam armas de fogo em quantidades impressionantes, principalmente fuzis, proveniente do dinheiro do tráfico de drogas. O Gaeco de Piracicaba encontrou diversas fotografias e mensagens no celular dos criminosos segurando o armamento pesado. Alguns itens são avaliados em até R$ 50 mil.
Em uma conversa por WhatsApp entre integrantes da organização criminosa, a que o MP-SP teve acesso, Willian Ribeiro de Lima Diez, considerado o braço direito de Magrelo, afirma que o grupo chegou a lucrar R$ 100 mil por semana com a venda de drogas. Na semana passada, o Tribunal de Justiça de São Paulo também determinou o sequestro de bens do grupo no valor de R$ 12 milhões.
A casa de Carlos Euzébio Netto, um dos integrantes do Bando do Magrelo denunciado pelo MP-SP, era usada pelo grupo final do PCC para refinar cocaína, inclusive com estufa e prensa, e guardar armas. O imóvel era considerado um ponto de encontro pela organização criminosa.
A denúncia do MPSP também aponta que, ao longo dos anos, Anderson Ricardo "evoluiu na criminalidade". Antes de ser preso, ele ostentava alto padrão financeiro, usando telefones celulares atuais, carros do ano e roupas de marca. Ele também morava em um condomínio fechado e frequentava ambientes da alta sociedade rio-clarense.