A Polícia Civil de Goiás prendeu um ginecologista por suspeita de abusar de pacientes em hospitais do estado. De acordo com os investigadores, a primeira denúncia contra o médico foi registrada em 1994, no Cremego (Conselho Regional de Medicina de Goiás).
Fábio Campos, de 73 anos, começou a ser investigado pela Polícia Civil após uma denúncia recente, feita por uma paciente grávida. A vítima afirma que foi tocada indevidamente durante uma consulta em um hospital municipal de Goiânia, a capital do estado.
À época, o marido da paciente foi preso por atacar Campos. O agressor filmou a invasão do consultório, quando ele deu um tapa no médico e mostrou o boletim de ocorrência feito pela esposa.
O vídeo, que ganhou repercussão na mídia nacional, fez com que outras vítimas identificassem o ginecologista, apesar de não terem sido expostos o rosto nem a identidade dele.
Segundo a Polícia Civil, as pacientes que procuraram as autoridades contam uma versão muito parecida de como Fábio supostamente age nos atendimentos.
Após terem reunido diversos relatos, os investigadores pediram a prisão preventiva do ginecologista. O homem, que é casado e pai de três filhos, foi levado para um presídio de Aparecida de Goiânia, cidade na região metropolitana de Goiás.
As investigações, conduzidas pela Polícia Civil, mostraram que, em 1994, duas mulheres já haviam denunciado Campos por abuso. Apesar de os relatos já não poderem mais ser investigados, pelo fato de o suposto crime ter prescrito, as vítimas deverão ser ouvidas como testemunhas.
De acordo com a delegada que conduz o caso, o ginecologista teria feito inúmeros tipos de abuso, como tocar nos peitos e no clitóris de pacientes e até ejaculado na barriga de uma das vítimas.
Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde de Goiânia afirmou que o médico nunca havia sido denunciado ao órgão. O Cremego, por sua vez, declarou que apura as denúncias sobre a conduta de médicos e que esses processos tramitam em sigilo.