Uma mulher foi presa em Itatiba, na noite desta sexta-feira (24), por falsa comunicação de crime, estelionato, e pelo artigo 232 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que consiste em 'submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento'. Isso, após ela confessar na delegacia da cidade, ter amarrado e vendado seu próprio filho, de 4 anos, e enviado fotos a seus familiares, alegando que ela e o garoto haviam sido roubados e sequestrados, e que os criminosos estavam exigindo dinheiro para o resgate.

Segundo informações da PM, a Corporação recebeu pedido de socorro por telefone de uma família desesperada, informando que dois membros, sendo uma mulher e seu filho, haviam sido sequestrados. Os agentes (1º sargento Fernando e soldados Jhon e Gonzaga, do Comando de Grupo Patrulha (CGP 2), com o cabo Belisario e soldado J. Borges), foram para o local, onde os familiares informaram que a vítima havia mandado mensagens utilizando o perfil de rede social de seu filho, de 4 anos, contando sobre o crime e alegando que os bandidos estavam exigindo dinheiro para que ela e o menino fossem libertados.

A família, então, pediu para ver o garoto, momento em que foi enviada uma foto da criança amarrada e vendada, sentada ao chão de um cativeiro. Os familiares também contaram aos policiais que ela havia enviado mensagens para a sogra (avó paterna do menino), com o mesmo conteúdo e também exigindo dinheiro.

Os agentes colheram informações das características de mãe e filho, bem como da placa do carro dela e informaram sobre o suposto crime para outras viaturas em patrulhamento. Foi realizada uma força tarefa para tentar localizar o carro, momento em que os policiais receberam informações de que uma mulher com uma criança estava nas imediações de um ponto de combustíveis no bairro Vista Linda, pedindo socorro. Na sequência chegou nova informação - agora dos PMs sargento Dutra e cabo Giovana -, de que a mãe já havia sido libertada e estava com um homem, de carro, a caminho da delegacia.

Na DP, porém, ao contar sobre o crime, a suposta vítima caiu por algumas vezes em contradição. Uma das versões era de que ela havia saído de casa para ir a uma adega, sendo roubada e sequestrada por três homens armados, e levada para o bairro Pinheirinho. Os PMs buscaram imagens do sistema de monitoramento da cidade e notaram que, quando seu carro passou por uma avenida, em que ela alegou ter sido o trajeto durante o sequestro, não havia outros ocupantes no veículo.

Com a farsa praticamente descoberta, o delegado Roberto Souza de Camargo a questionou, momento em que ela confessou, admitindo ter mentido para conseguir dinheiro de seus familiares.

Desta forma, a mãe foi presa em flagrante por falsa comunicação de crime e estelionato (previstos no código penal), e pelo artigo 232 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que prevê pena de detenção de seis meses a dois anos.

Após o indiciamento, ela foi conduzida à Cadeia Pública de Itupeva, permanecendo à disposição da Justiça.