Março chega para fechar mais um verão, e as famosas águas do mês mantêm aceso o alerta em relação aos desastres causados pelo excesso de chuva. A estação chegou com chuvas acima da média dos últimos dez anos e, de acordo com o coordenador da Defesa Civil de Jundiaí, coronel João Osório Gimenez Germano, a tendência é de que março mantenha a excepcionalidade.

Gimenez diz que, no ano passado, a Defesa Civil de todo o estado se reuniu e a previsão era de um verão, de fato, mais chuvoso. "Para o mês de março, que está começando, a média dos últimos dez anos é de 362mm, durante todo o mês. Todo registro de chuva dia a dia, até o dia 31, vai ser somado. O que tem se mostrado pela observação é que realmente março também será mais chuvoso, acima da média. Se for acima da média, terá de chover mais do que 362mm, e muito provavelmente isso deve acontecer. Então, deveremos ter um mês bastante chuvoso pelas previsões."

De acordo com a empresa meteorológica Climatempo, Jundiaí deve ter pancadas de chuva diárias ao menos até o meio do mês. Mas, para além da água, outro fator que preocupa é a incidência de raios. "Nós temos agora, passando pelo litoral de São Paulo, uma frente fria que, até sexta-feira (3), vai dar uma boa instabilidade em termos de área úmida, então podemos ter grandes volumes de chuva esses dias. Já na sexta vai diminuir e o sábado (4) será um dia típico de verão. É importante dizer que no nosso verão todo dia praticamente acaba chovendo, são raros os dias que não têm chuva. E a gente tem observado que o número de raios tem aumentado bastante."

A população, segundo o coordenador, pode fazer sua parte na prevenção de desastres com raios, mesmo que seja um evento natural, como evitar áreas abertas em dias de chuva e limpar os quintais e ralos. "Normalmente, o que eu faço em casa é tirar da tomada os equipamentos elétricos, porque muitas vezes você pode evitar de ter um prejuízo simplesmente tirando da tomada", orienta.

DANOS

Além dos raios, o volume de água tem levado a uma série de problemas, como o desabamento de muros. Na terça-feira (28), houve queda de dois em edificações do município, um do Bolão, no Anhangabaú, e outro da creche Edward Aleixo, no Fazenda Grande.

De acordo com a Defesa Civil de Jundiaí, o muro ao redor do Bolão, localizado na avenida Dr. Pedro Soares de Camargo, já foi vistoriado e interditado pelo órgão na noite de terça-feira (28). Tanto a calçada quanto a faixa lateral da rua foram isoladas e foi feita a limpeza do local. De acordo com a unidade de Gestão de Esporte e Lazer (UGEL), o reparo será realizado a partir da contratação de empresa especializada.

Em relação à creche Edward Aleixo de Paula, no Fazenda Grande, a queda de parte do muro também foi alvo de vistoria da Defesa Civil e já houve limpeza. A equipe de manutenção da Unidade de Gestão de Educação (UGE) trabalha para o reparo do local. Não houve interdição do espaço e o atendimento segue sendo realizado.