As informações foram divulgadas em uma coletiva de imprensa, nesta segunda-feira (10), concedida pelo delegado Cesar Saad, da Drade (Delegacia de Repressão e Análise aos Delitos de Intolerância Esportiva), responsável pela investigação.
De acordo com o delegado, Leonardo — que não tem antecedentes criminais — veio à capital paulista somente para assistir à partida entre o Palmeiras e o Flamengo, no Allianz Parque, na zona oeste da cidade. No dia do jogo, ele se deslocou até o estádio de Uber.
"Ele acessou a parte externa do estádio por conta própria. Não estava no comboio dos ônibus que vieram com as torcidas organizadas", afirma Saad.
O conflito entre as torcidas, que não eram organizadas, ocorreu na rua Padre Antônio Tomás, por volta das 17h45, pelo menos duas horas antes da abertura dos portões. Nessa rua, há uma divisória para impedir o encontro de grupos rivais.
Durante a confusão, a jovem Gabriela foi atingida por estilhaços no pescoço. Segundo o delegado, exames necroscópicos do IML (Instituto Médico-Legal) e de uma médica da Santa Casa de Misericórdia, onde ela foi atendida, comprovam que o corte foi feito por uma garrafa.
Durante o depoimento, no dia da prisão, Leonardo admitiu ter jogado a garrafa de vidro, porém não em direção a Gabriela. "Ele disse que o confronto era entre as torcidas e que ambas estavam arremessando", relata o delegado.
Neste domingo (9), após a audiência de custódia, a prisão em flagrante do torcedor foi convertida em preventiva, de acordo com o TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo).
Com a morte de Gabriela, nesta manhã, a natureza do inquérito mudou de tentativa de homicídio para homicídio doloso por motivo fútil — quando há a intenção de matar.
Ainda segundo o delegado, Leonardo foi identificado como o autor do crime a partir de provas testemunhais, ou seja, dos depoimentos de outros torcedores. Por enquanto, a Polícia Civil não tem imagens dele ao arremessar as garrafas.
A defesa de Leonardo não foi localizada até a publicação desta reportagem.