Além do reajuste dos salários e benefícios, o sindicato pede que o governo efetive a contratação de 115 agentes de segurança aprovados no concurso de 2019 e reintegre oito funcionários demitidos na última paralisação. A categoria também reivindica uma maior fatia da participação nos resultados da empresa e abertura de novo concurso público. “Nossa campanha salarial começou inicialmente no dia 15 de março, quando a gente enviou para o Metrô a pauta de reivindicações da categoria”, afirmou Camila. “Todas as vezes que nós cobramos respostas, o Metrô disse que apresentaria para a categoria uma resposta global, sobre todos os temas e itens, no dia 14 de maio.”
Quando a data chegou, representantes do Metrô teriam afirmado que só apresentariam uma proposta no dia 5 de junho. “Foi por isso que nós, com a toda a indignação, com toda a percepção de uma má fé na negociação, marcamos um calendário de mobilização da categoria que previa um indicativo de greve para 22 de maio”, disse Camila.
Com a carta enviada pelos representantes do Metrô, a diretoria e o conselho do sindicato propuseram suspender a grave marcada para esta quarta, continuar com o estado de greve e manter a retirada de uniforme por funcionários, além de marcar uma nova assembleia para o próximo dia 5. O planejamento da entidade é esperar as novas propostas do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), previstas justamente para próximo dia 5. Caso não haja uma resposta que o contemple as reivindicações dos trabalhadores, a ideia é marcar uma nova data para realizar a greve.
Mais cedo, o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) determinou que os funcionários do Metrô de São Paulo deveriam garantir que o sistema operasse com 100% da capacidade nos horários de pico em caso de paralisação. Nos demais períodos, o efetivo mínimo deveria ser de 50%, de acordo com decisão do desembargador Davi Furtado Meirelles.
O magistrado definiu ainda a aplicação de multa diária de R$ 100 mil, tanto para o Sindicato dos Metroviários quanto para o Metrô, caso qualquer uma dessas partes dificultasse a operação normal do transporte. Na decisão, ele argumentou que a empresa já tentou impedir o cumprimento de determinações da Justiça, sob o alegação de “insegurança na prestação de serviços de forma parcial, tentando com isso transferir a totalidade da responsabilidade para a entidade sindical profissional e trabalhadores”.
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