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Sindicato suspende greve do Metrô de São Paulo, prevista para esta quarta-feira

A decisão de não paralisar as atividades ocorreu em votação durante assembleia na noite desta terça (21), após a entidade receber uma carta em que representantes do Metrô dizem que vão avaliar as propostas de servidores

Publicada em 22/05/24 às 00:48h - 920 visualizações

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Os trabalhadores estão em campanha salarial e já se reuniram em ao menos cinco ocasiões para negociar com representantes do Metrô  (Foto: TV & RÁDIO REGIONAL)
O Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de São Paulo suspendeu a greve do Metrô que estava prevista para esta quarta-feira (22) na capital paulista. A decisão de não paralisar as atividades se deu em votação realizada durante assembleia na noite desta terça-feira (21), após a entidade receber uma carta em que representantes do Metrô se comprometem a avaliar propostas levadas pelos trabalhadores. Os servidores estão em campanha salarial e já se reuniram em ao menos cinco ocasiões para negociar com representantes do Metrô, mas afirmam não ter chegado a um acordo. O reajuste proposto, de 2,77% (inflação medida pelo IPC-Fipe), foi recusado.
“Era muito importante que o Metrô apresentasse algumas respostas pelo menos que mostrasse que há uma disposição de negociar do lado de lá”, disse durante a assembleia a presidente do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa. Na segunda-feira (20), foi enviada uma carta ao sindicato. No documento, segundo ela, o Metrô se comprometeu a avaliar algumas reivindicações da categoria, como a movimentação horizontal de carreira e a atenção a pais ou responsáveis por dependentes com Transtorno de Espectro Autista. Isso fez a diretoria do sindicato recomendar a suspensão da greve prevista para esta quarta, mas uma nova assembleia deve ser realizada no dia 5 de junho.

Além do reajuste dos salários e benefícios, o sindicato pede que o governo efetive a contratação de 115 agentes de segurança aprovados no concurso de 2019 e reintegre oito funcionários demitidos na última paralisação. A categoria também reivindica uma maior fatia da participação nos resultados da empresa e abertura de novo concurso público. “Nossa campanha salarial começou inicialmente no dia 15 de março, quando a gente enviou para o Metrô a pauta de reivindicações da categoria”, afirmou Camila. “Todas as vezes que nós cobramos respostas, o Metrô disse que apresentaria para a categoria uma resposta global, sobre todos os temas e itens, no dia 14 de maio.”

Quando a data chegou, representantes do Metrô teriam afirmado que só apresentariam uma proposta no dia 5 de junho. “Foi por isso que nós, com a toda a indignação, com toda a percepção de uma má fé na negociação, marcamos um calendário de mobilização da categoria que previa um indicativo de greve para 22 de maio”, disse Camila.

Com a carta enviada pelos representantes do Metrô, a diretoria e o conselho do sindicato propuseram suspender a grave marcada para esta quarta, continuar com o estado de greve e manter a retirada de uniforme por funcionários, além de marcar uma nova assembleia para o próximo dia 5. O planejamento da entidade é esperar as novas propostas do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), previstas justamente para próximo dia 5. Caso não haja uma resposta que o contemple as reivindicações dos trabalhadores, a ideia é marcar uma nova data para realizar a greve.

Justiça determinou 100% da operação em horário de pico

Mais cedo, o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) determinou que os funcionários do Metrô de São Paulo deveriam garantir que o sistema operasse com 100% da capacidade nos horários de pico em caso de paralisação. Nos demais períodos, o efetivo mínimo deveria ser de 50%, de acordo com decisão do desembargador Davi Furtado Meirelles.

O magistrado definiu ainda a aplicação de multa diária de R$ 100 mil, tanto para o Sindicato dos Metroviários quanto para o Metrô, caso qualquer uma dessas partes dificultasse a operação normal do transporte. Na decisão, ele argumentou que a empresa já tentou impedir o cumprimento de determinações da Justiça, sob o alegação de “insegurança na prestação de serviços de forma parcial, tentando com isso transferir a totalidade da responsabilidade para a entidade sindical profissional e trabalhadores”.

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