A Polícia Civil de São Paulo entrou na tarde desta quarta-feira (20) na mansão abandonada onde mora Margarida Bonetti, em Higienópolis, no centro de São Paulo, para realizar uma operação de busca e apreensão determinada pela Justiça
Por cerca de 30 minutos, os policiais tentaram negociar com a idosa a entrada no imóvel, mas ela se recusava a cumprir a determinação. Os agentes então forçaram a entrada quebrando uma das janelas com um pé de cabra
A mulher que mora na casa com aspecto de abandonada em Higienópolis ganhou fama nacional depois de uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo. Margarida Bonetti, de 68 anos, estaria morando no local haveria alguns anos, depois de ter saído dos EUA, onde era investigada pelo FBI por manter uma empregada em trabalho análogo ao de um escravo
Segundo o delegado-geral de São Paulo, Nico Gonçalves, a mulher não será obrigada a deixar a casa e o mandado de busca e apreensão tem como objetivo ajudar Margarida, que ele considera ser uma vítima de abandono pelos parentes. "Ela está numa situação difícil ali, a família largou ela lá. Nós estamos com a Enel, prefeitura, agora estamos acionando os médicos, para tentar ajudá-la. Isso é uma questão mais social que policial", avaliou
A operação, que contou com dezenas de policiais, atraiu a atenção de curiosos, moradores da região e influencers. Uma dessas pessoas foi Luisa Mell, que disse ter ido ao local para resgatar animais abandonados. Ela chegou a discutir com Margarida pela posse de um cachorro, em episódio gravado e transmitido ao vivo pela equipe da influencer
A polícia de São Paulo já havia aberto um inquérito para apurar se a situação da mulher configurava um possível abandono de incapaz por parte dos parentes dela, já que Margarida mora sozinha em um imóvel em estado precário. Também se investiga se há maus-tratos em animais no imóvel
No local, os policiais encontraram entulho, móveis sujos, lixo e restos de comida. "A casa cheira lixo, cheira muito forte. A casa é muito insalubre. Existe a possibilidade de ter mais animais”, afirmou a delegada Vanessa Guimarães, responsável pela operação, à TV Regional