A polícia de São Paulo prendeu na quinta-feira (22) três suspeitos de matarem quatro adolescentes no tribunal do crime, em maio. Eles foram mortos depois de um baile funk em Cidade Tiradentes, na zona leste de São Paulo, e os corpos foram enterrados em um cemitério clandestino numa região de mata em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo.
A investigação aponta que Bruno, Kelvin, Kauan e Jonathan foram mortos após duas adolescentes denunciarem o grupo para traficantes do bairro, membros de uma facção paulista que atua dentro e fora dos presídios.
Dois dos jovens tinham 19 anos, e os demais tinham 18 e 16. Três deles foram capturados em um terminal de ônibus. O outro foi apresentado aos traficantes pela própria família, pois os pais acreditavam que conseguiriam dissuadir os traficantes da suposta punição. Os quatro teriam sido tortudados por três dias antes de serem mortos.
A polícia cumpriu mandados de busca e apreensão e de prisão na zona leste da capital. Entre os presos está o suspeito apontado como ocupante do cargo de “sintonia final” da facção em Cidade Tiradentes” e a mulher apelidada como Xuxa e que participaria de tribunais do crime em que ocorrem julgamentos de casos de estupro.
Segundo a diretora do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), Elisabete Sato, as adolescentes de 16 e 17 anos afirmaram em depoimento que decidiram fazer sexo consensual com dois dos garotos em uma casa, mas que, depois, os outros dois amigos dos rapazes chegaram e houve o estupro.
Sato afirma que as mortes ocorreram com requintes de crueldade, e dois dos jovens receberam mais de dez tiros.
Os assassinatos trouxeram comoção à comunidade de Cidade Tiradentes, onde residiam. Centenas de pessoas compareceram ao enterro do grupo. Agora, a polícia pretende obter novas informações sobre a dinâmica do crime com os depoimentos dos detidos.