"O guarda devia ter conversado com ele, não atirado em uma criança inocente" afirmou ao Balanço Geral a avó de Lucas Costa Souza, de 19 anos, que foi morto após ter aberto a porta do carro de um GCM e levado um tiro, em São Bernardo do Campo (SP), na noite de terça-feira (28). Lucas teria confundido o veículo com o do pai, que normalmente buscava o rapaz e tinha um carro semelhante, na cor vermelha e com vidros filmados.
O agente disse, em sua primeira versão, que acreditou que a vítima tentaria assaltá-lo e por isso reagiu. O pai de Lucas havia pedido ao jovem que aguardasse no ponto de ônibus, porque ele iria passar para pegá-lo, devido à chuva. A polícia acredita que Lucas tenha confundido o carro do pai com o do GCM, pois são muito parecidos.
Segundo Luzia da Silveira Costa, avó da vítima, ele era uma pessoa honesta e muito humilde, que nunca deu problema e sempre obedecia.
O estudante, que segurava alguns cadernos, correu na chuva e tentou abrir a porta do passageiro, momento em que o agente atirou contra ele. Ferido, ele correu de volta ao ponto de ônibus e caiu. O CGM chegou a dizer à polícia que o assaltante teria "se passado por estudante", porque viu os cadernos.
Outros agentes da GCM (Guarda Civil Municipal) foram acionados para a ocorrência. Lá, eles encontraram Lucas sem vida.
Ainda segundo a primeira versão do atirador, o jovem estaria com um simulacro de arma. A polícia, agora, acredita que esse simulacro tenha sido implantado no local para incriminá-lo.
De acordo com informações da repórter Marcela Terra, os relatos dos GCMs que atenderam à ocorrência, sobre onde teria sido encontrado o simulacro da arma, diferem.
Alguns dizem que foi embaixo do carro, outros afirmam tê-lo encontrado próximo ao corpo da vítima, e todos dão versões distintas a respeito do horário.
As investigações continuam. Enquanto isso, o GCM responsável pelo tiro continua preso no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Guarulhos.