O menino de 7 anos que foi morto pelo pai adotivo após uma série de agressões estaria passando fome dentro de casa, de acordo com informações apuradas pela Imprensa com a polícia. Lucas Henrique de Lima Franco Leão estaria, inclusive, guardando alimentos na mochila para dividir com os irmãos.
O pai adotivo de Lucas, identificado como Marcelo Bezerra Leão, confessou o crime, que ocorreu em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, na noite de quinta-feira (22). O homem relatou que subiu por cima do corpo da criança e que desferiu diversos socos em seu abdômen durante uma hora. Quando percebeu que o menino estava tendo espasmos, levou-o ao hospital.
Aos médicos, Marcelo Bezerra Leão informou que Lucas havia caído da escada, mas a equipe do Hospital de Clínicas Luzia de Pinho Melo decidiu acionar a polícia ao constatar que as lesões da criança não condiziam com a versão contada pelo familiar.
Segundo a médica responsável pelo atendimento do menino, ele apresentava ferimentos nos braços, ombros, cabeça, costas, barriga e pernas. Marcelo é ex-tutor do Conselho Tutelar. Ele e a mulher são donos de uma empresa de recreação infantil.
Acionado para prestar depoimento, Marcelo informou, ainda, que essa não teria sido a primeira vez que agrediu o menino. Em abril deste ano, Lucas teve uma fissura no fêmur ao ser espancado porque pedira ovos de Páscoa.
Além de Lucas, Marcelo e a esposa, Margarete, têm mais dois filhos adotados e um filho biológico. Os meninos passariam fome, e Lucas Henrique escondia comida na mochila para alimentar os irmãos em casa.
Segundo o Tribunal de Justiça, em audiência de custódia realizada na tarde deste sábado (24), Marcelo Bezerra Leão e Margarete de Lima Franco Leão tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva.