Apontada como a quarta mulher mais rica do Brasil no último levantamento da revista Forbes, Leila Pereira é acusada por torcedores do Palmeiras de gastar pouco com reforços desde que se tornou presidente. Mas, se os investimentos são baixos no futebol, o mesmo não vale para os negócios da empresária fora do Allianz Parque.
Depois de gastar quase R$ 316 milhões em um avião com capacidade para 114 pessoas, Leila Pereira acaba de vencer uma licitação que lhe fará dona da Arena Barueri pelos próximos 35 anos em um contrato estimado de R$ 515 milhões. Para explorar o estádio na cidade vizinha de São Paulo, ela se comprometeu a modernizá-lo, incluindo melhorias no gramado.
Nos dois casos, que ultrapassam R$ 830 milhões, Leila não usou a Crefisa. O avião pertence à Placar Linhas Aéreas, empresa recém-criada pela empresária, enquanto a Arena Barueri terá o controle da Crefipar, uma das empresas do Grupo Crefisa. A informação sobre a vitória na licitação do estádio foi divulgada primeiro pelo UOL.
O empreendedorismo recente de Leila tem lhe rendido críticas no clube social. Conselheiros e sócios entendem que há conflito de interesses tanto no avião quanto com a arena, pelo fato de ela ser presidente do Palmeiras e já estar em campanha pela reeleição, embora seu mandato só termine em dezembro de 2024.
No caso da Arena Barueri, por exemplo, antes mesmo de vencer a licitação, Leila já havia escolhido o estádio como palco de pelo menos quatro jogos do Palmeiras na reta final do Brasileirão — o Allianz Parque estará fechado nos duelos contra Santos, Athletico, Inter e América para a realização de 15 shows entre outubro e novembro.
Sobre o avião, embora alegue que não cobrou pela viagem do time até a Colômbia, palco do confronto contra o Deportivo Pereira, a presidente usa o elenco para dar visibilidade a sua empresa e ao avião. Detalhe: conselheiros que assinaram um documento com pedido de explicações sobre a relação entre o Verdão e a Placar Linhas Aéreas sofreram represálias; eles não tiveram direito a ingressos de graça concedidos a conselheiros no jogo contra o Goiás.
*dados da revista Forbes