Um homem de 39 anos internado em uma clínica de reabilitação para dependentes químicos morreu na segunda-feira (25), em Embu-Guaçu, na Grande São Paulo.
Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), testemunhas disseram que o paciente, identificado como Onésio Ribeiro Pereira Júnior, foi espancado até a morte.
Cinco homens, funcionários da Comunidade Terapêutica Kairós Prime, com idades entre 26 e 65 anos, foram presos em flagrante por suspeita de participar da morte do paciente. A Polícia Civil não divulgou os nomes e não soube informar se os suspeitos já apresentaram defesa. Procurada, a direção da Kairós Prime disse que não aceita agressões.
"A polícia já está apurando os fatos e estamos à disposição da Justiça para todo e qualquer esclarecimento. Não somos coniventes com nenhum tipo de agressão", declarou. O perfil da unidade em uma rede social foi desativada.
Guardas-civis faziam patrulhamento de rotina quando foram chamados até a UMS (Unidade Mista de Saúde), onde o paciente deu entrada sem vida e com sinais de violência pelo corpo, de acordo com a pasta segurança.
Os funcionários da clínica disseram que Júnior teria fugido do local e, após ter sido capturado, começou a se sentir mal e, por isso, foi levado até o hospital. Porém, segundo os médicos que o atenderam, o paciente já tinha chegado sem vida ao hospital.
Essa era a terceira internação de Júnior no local e, nas outras duas passagens, ele havia fugido. As testemunhas disseram que ele pretendia fugir novamente. De acordo com elas, funcionários ficaram sabendo do plano e se irritaram.
Ainda segundo os relatos à polícia, o paciente teria sido amarrado e agredido com pedaços de madeiras e com tacos de sinuca por cerca de três horas antes de ser levado à unidade de saúde.
"Diante das contradições apresentadas, policiais civis da Delegacia de Embu-Guaçu comparecerem à clínica e foram informados por testemunhas que a vítima teria sido agredida e que o local da agressão havia sido lavado, dificultando assim o trabalho da pericial", afirmou a SSP.
O caso foi registrado como homicídio, sequestro, cárcere privado e tortura na Delegacia de Embu-Guaçu.
Os outros dois boletins são de 2020 e relatam o desaparecimento de um homem, de 54 anos, que havia fugido da clínica em junho de 2020. Ele foi encontrado em outubro do mesmo ano.